Ex-ministro da Educação durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), Abraham Weintraub (PMB), que é pré-candidato ao governo de São Paulo, afirmou nesta quinta-feira (30) que sabe de episódios de assédio sexual registrados no Ministério da Educação (MEC).
De acordo com o ex-ministro, que deu a declaração durante uma transmissão nas redes sociais ele, enquanto chefe da pasta, chegou a desligar um funcionário que tinha um “comportamento esquisito”.
Os comentários de Abraham Weintraub ocorreram um dia depois da saída de Pedro Guimarães, agora ex´presidente da Caixa Econômica Federal – ele pediu para ser desligado da empresa após virem à tona denúncias de assédio sexual.
“Em Brasília, o assédio é muito forte entre as pessoas que são de cargo de comissão. Aconteceram dois casos, um estava na minha equipe e outro no MEC antes de eu entrar. Cheguei e comecei a escutar histórias”, começou Abraham Weintraub, sem citar o nome da pessoa que estava falando sobre.
Na sequência, ele disse que quando chegou ao MEC haviam “histórias horrorosas” sobre uma pessoa. “Mandei o cara embora, era indicado das gestões passadas […] Não posso falar o nome dele, porque poderia ser processado, mas falei que a época dele acabou”, disse o ex-ministro,
Ainda durante a transmissão, Abraham Weintraub afirmou que sabe de relatos sobre mulheres que foram assediadas durante anos por esse ex-funcionário. “Histórias de moças chorando nos corredores”, disse o ex-ministro, que ainda chamou assediadores de “covardes” e “vagabundos”.
“Quando mostrei que queria pegar ele e podia pegar para valer, ele sumiu —não do MEC, mas de Brasília”, disse o ex-ministro, que ainda se recusou a comentar o caso sobre o ex-presidente da Caixa. “Não estou falando do Pedro Guimarães explicitamente, não sei o que aconteceu, tem que ver as provas”, resumiu.
O caso de Pedro Guimarães citado pelo ex-ministro foi noticiado pelo Brasil123, que mostrou que uma publicação do portal “Metrópoles” revelou que funcionárias da Caixa denunciaram o executivo, afirmando que sofreram assédio sexual do suspeito.
Nos relatos, as mulheres afirmaram que a maioria dos assédios ocorreu durante viagens a trabalho. Segundo a reportagem, as vítimas discutiam denunciar o presidente da empresa desde o ano passado, mas tinham receio do efeito que isso poderia causar, visto que Pedro Guimarães fazia questão de demonstrar a sua influência no governo e junto ao presidente Bolsonaro.
Todavia, após uma reunião e inúmeros relatos, as mulheres resolveram levar o caso ao Ministério Publico Federal (MPF), que abriu uma investigação para apurar o caso e ouviu vítimas dizendo que Pedro Guimarães agia de maneira inapropriada, com toques íntimos não autorizados, convites inapropriados e outras formas de assédio.
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