Onyx Lorenzoni (PL), ex-ministro da Casa Civil no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul, colocou em dúvida o sistema eleitoral brasileiro nesta segunda-feira (20), dizendo que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) “sequestrou e privatizou a apuração”. Isso, sem ter apresentado nenhuma prova.
Segundo Onyx Lorenzoni, ele confia nas urnas eletrônicas, mas não nas pessoas que são responsáveis pela apuração dos votos. “O sistema brasileiro sequestrou e privatizou a apuração eleitoral. Eu confio na urna, eu não confio nas pessoas e é sábio não confiar nas pessoas”, disse ele durante uma entrevista realizada pelo portal “UOL” em parceria com o jornal “Folha de S.Paulo”.
Em seguida, ele afirmou que o TSE fez com que a apuração dos votos fosse feita secretamente. “No Brasil, o TSE sequestrou e transformou a apuração pública em uma apuração secreta, privatizada a 28 pessoas, que eram as pessoas que entravam na sala cofre do TSE”, questionou ele.
Assim como publicou o Brasil123, o TSE já comentou sobre a suposta “apuração secreta”, dizendo que ela não existe. Isso porque, de acordo com o tribunal, antes da soma dos votos, é possível saber o resultado de uma seção eleitoral assim que a votação é encerrada.
Apesar disso, o ex-ministro, Bolsonaro e seus aliados, continuam dizendo que a sala existe e que existem dúvidas quanto à confiabilidade do sistema eleitoral. “Por acaso questionar faz mal à democracia? Eu acho que não” disse Onyx Lorenzoni, que enquanto ministro do governo Bolsonaro também questionou o sistema eleitoral e até defendeu o voto impresso e auditável.
“Em todas as democracias do mundo, a emissão do voto é individual e secreta para proteger o eleitor e a apuração é pública. A urna eletrônica pode ser confiável, mas as pessoas não, e por isso que no mundo todo se busca sistemas que permitam a auditoria do voto e possam dar transparência ao desejo do eleitor”, disse ele.
Por fim, o ex-ministro ainda comentou que a possibilidade de golpe dado por Bolsonaro caso ele perca as eleições é uma “invencionice” da imprensa brasileira. De acordo com ele, o suposto golpe “está fora de qualquer fundamento”.
“O problema a que o presidente se referia é o que qualquer cidadão não deseja: haver questionamentos sobre a eleição”, finalizou Onyx Lorenzoni, que hoje está empatado tecnicamente com Eduardo Leite (PSDB) na corrida eleitoral no Rio Grande do Sul.
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