O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro autorizou que o ex-governador do estado, Luiz Fernando Pezão, deixe de usar tornozeleira eletrônica a partir desta quinta-feira (21). Ele estava usando o equipamento porque foi condenado, em junho deste ano, pelo próprio magistrado, a 98 anos, em ações referentes à operação Lava Jato no carioca.
De acordo com as informações, Pezão esteve nesta quinta em uma unidade prisional em Volta Redonda, no Sul Fluminense. Por lá, o aparelho foi desmontado e ele pôde se ver livre do monitoramento.
Condenações de Pezão
Em junho, Bretas condenou Pezão aos 98 anos já citados pelos crimes de corrupção passiva, ativa, organização criminosa e de lavagem de dinheiro. Além dele, mais dez pessoas foram condenadas na ocasião. Dentre eles, o também ex-governador Sérgio Cabral.
Em sua decisão, o magistrado ainda determinou que os condenados terão que se unir para pagar uma indenização de R$ 39,1 milhões, o que representa o equivalente recebido por eles em forma de propina.
De acordo com as investigações, os delitos de Pezão aconteceram em continuidade aos já cometidos durante a gestão de Cabral. “Pezão continuou a praticar crimes de corrupção, desvio de recursos públicos e lavagem de ativos no Estado do Rio de Janeiro, conforme já ocorria no governo Cabral”, afirmou Bretas à época, com base nas investigações da Lava Jato.
Ainda conforme as apurações, a atuação do ex-governador começou quando ele era secretário estadual de Obras, passou pelo período em que foi vice-governador de Sérgio Cabral e prosseguiu durante o tempo em que ele comandou o estado do Rio de Janeiro.
“Pezão, entre 2007 e 2014, recebeu de Sérgio Cabral Filho, por 84 vezes, vantagens indevidas consistentes no pagamento de dinheiro, em espécie, de origem ilícita”, apontaram as investigações, que ainda constataram que o valor recebido era mensal, de R$ 150 mil, e incluía um 13º salário como uma remuneração por integrar a organização criminosa.
Não suficiente, o ex-governador também é acusado de ter recebido, durante o período que estava à frente da gestão do estado, R$ 11,4 milhões da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor). Este processo ainda não foi julgado.
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