Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), pode acabar perdendo sua aposentadoria do órgão por conta do avanço das investigações feitas pela corregedoria da entidade. O agente, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), era o chefe da PRF durante o segundo turno das eleições, em outubro de 2022, quando a corporação realizou inúmeras blitzes contra ônibus que transportavam eleitores – ele se aposentou depois que Bolsonaro foi derrotado no pleito para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Após as eleições, a PRF chegou a fazer uma investigação interna sobre a atuação naquele domingo. No entanto, o até então corregedor-geral do órgão, Wendel Benevides Matos, determinou o arquivamento parcial da apuração, pois, de acordo com ele, não foram encontradas irregularidades na conduta de seu superior.
Todavia, Wendel Matos sugeriu, no mesmo parecer, que as superintendências da PRF em cinco estados, sendo eles: Alagoas, Maranhão, Pará, Santa Catarina e Sergipe, continuassem as investigações a fim de que fosse apurado uma atuação atípica naquele domingo de eleição.
Nesta segunda-feira (17), a jornalista Andreia Sadi, do canal “Globo News”, afirmou que, na avaliação de atuais integrantes da PRF, a investigação do então corregedor, que foi exonerado assim que Lula assumiu o governo, acabou poupando Silvinei Vasques, apoiador de Bolsonaro, da culpa pelos bloqueios que tentavam impedir eleitores de votar numa eleição em que Lula era favorito;
“A avaliação é que ele terceirizou a eventual responsabilidade para servidores das superintendências locais”, explicou Andreia Sadi, afirmando ainda que as investigações estão avançadas e pode culminar na cassação da aposentadoria do apoiador do ex-presidente.
Ainda segundo a jornalista, além dos cinco dados, as novas investigações podem levar à reabertura da apuração sobre o que aconteceu na Bahia, onde, conforme a comunicadora, o próprio então ministro da Justiça e superior hierárquico da PRF, Anderson Torres, esteve antes do segundo turno.
Não suficiente, também existem suspeitas sobre atuação do então superintendente em Santa Catarina, André Saul, durante a eleição. De acordo com Andreia Sadi, a atual gestão da corporação constatou que, dia 30 de outubro, data em que foi registrado o segundo turno das eleições, o até então superintendente, que é próximo de Silvinei Vasques, suspendeu as folgas de todos os funcionários da unidade. No dia seguinte, quando próprio Silvinei Vasques estava sob risco de ser preso por conta da operação que prejudicava a mobilidade dos eleitores, André Saul revogou a suspensão.
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