Eduardo Cunha, ex-deputado federal, anunciou na terça-feira (29) que vai se filiar ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), em São Paulo, e disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. Isso, mesmo com ele estando inelegível até 2027 devido à Lei da Ficha Limpa.
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Essa proibição para se eleger acontece porque o deputado foi cassado em 2016 por decisão da Câmara. Com isso, na prática, apesar da afirmação, ele deve concorrer ao pleito somente caso consiga recuperar os direitos políticos – mesmo com a inelegibilidade, ele pode se filiar ao partido.
“Quero comunicar a todos que tomei a decisão de me filiar ao PTB em São Paulo onde pretendo disputar uma cadeira na Câmara”, publicou Eduardo Cunha em sua conta no Twitter.
Quem é Eduardo Cunha
Ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha foi quem comandou a sessão parlamentar realizada em abril de 2016 que autorizou a instauração do processo que teve como objetivo destituir a até então presidente Dilma Rousseff (PT) – no mês passado, ele disse, em uma publicação no Twitter, que sente orgulho do ato.
Em julho de 2016, pouco depois da abertura do processo contra Dilma, foi a vez de Eduardo Cunha sofrer um revés. Isso porque o Conselho de Ética da Câmara recomendou a cassação de seu mandato após o parlamentar ter dado declarações falsas do então deputado sobre a existência de contas no exterior.
Em outubro do mesmo ano, ele, alvo da Operação Lava-Jato, acabou sendo preso preventivamente. Ele ficou na cadeia até março de 2020, quando sua prisão foi convertida em domiciliar por conta da pandemia da Covid-19.
A prisão dele, assim como publicou o Brasil123, foi revogada no ano passado. No entanto, ele segue inelegível e impedido de sair do país. No mês passado, o Tribunal Regional Federal (TRF) rejeitou um pedido da defesa do ex-deputado para que seu processo seja transferido para a Justiça Eleitoral – ele é acusado de ter recebido propinas na compra de navios-sonda pela Petrobras.
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