O ex-superintendente do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, Jonas Roza, foi uma das vítimas da GAS Consultoria Bitcoin, empresa suspeita de movimentar bilhões em um esquema de pirâmide financeira, revelou na sexta-feira (27) o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
De acordo com o relatório do órgão, hoje em posse da CPI da Covid-19, Jonas teria feito 20 depósitos para a empresa de Glaidson Acácio dos Santos, totalizando R$ 1,9 milhão.
Assim como mostrou o Brasil123, o empresário acusado de pirâmide financeira foi preso nesta semana em uma mansão no Rio de Janeiro. No momento da captura, agentes da Polícia Federal (PF) encontraram mais de R$ 15 milhões em espécie na residência do suspeito.
As movimentações do ex-superintendente da pasta, que agora é analista de gestão em Saúde, segundo o Portal de Transparência do governo federal, com um salário de R$ 16.257,91, em junho, foram apresentadas senador Humberto Costa (PT-PE).
Essas informações em questão chegaram na CPI da Covid-19 por meio de um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) sobre Jonas Roza. Isso porque os senadores querem saber mais sobre as suspeitas de irregularidades em hospitais federais do Rio de Janeiro.
Durante o tempo em que Jonas Roza atuou na Saúde do estado, uma empresa foi contratada para prestar serviços ao Hospital de Bonsucesso sem licitação. O caso foi denunciado, inclusive, por funcionários da unidade.
Segundo a defesa do ex-superintendente, a vida financeira é declarada no imposto de renda. “Todas as movimentações financeiras para o assunto em questão foram na qualidade de cliente”, afirmou em nota.
Jonas Roza foi mais uma de tantas vítimas
Jonas Roza se junta a outras pessoas como a atriz Juliana Paes no grupo de pessoas enganadas pelo “empresário” Glaidson Acácio, dono da empresa, alvo de uma denúncia há dois anos por possível prática do crime utilizando uma aplicação disfarçada em bitcoins, uma criptomoeda.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a investigação apurou que Glaidson Acácio prometia lucros de 10% por mês nos investimentos em criptomoedas. No entanto, a GAS Consultoria Bitcoin não tinha site, rede social e seu telefone disponível na Receita Federal sequer funcionava.
Entenda como funciona a pirâmide
De acordo com Myrian Lund, economista da Fundação Getúlio Vargas, as pessoas devem ficar atentar porque as operações financeiras só são válidas se estiverem cadastradas no Banco Central ou na CVM. Além disso, ele também ressalta que aplicações que prometem altas rentabilidades, normalmente, não se sustentam e pessoas acabam perdendo altos valores por isso.
“Qual é a característica da pirâmide? Entra dinheiro e esse dinheiro serve para pagar as pessoas. Ele se retroalimenta. No momento em que parar a entrada de dinheiro, aquilo acabou naquele momento. Se você recebeu, ótimo. Se não recebeu, não vai ter mais nada de volta”, diz.
Leia também: Juliana Paes, jogadores de futebol e outras celebridades caem em golpe financeiro