O ex-ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes (PSDB) revelou nesta sexta-feira (13) quem ele irá apoiar no primeiro turno das eleições: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com ele, a escolha não é uma rejeição à provável aposta de seu partido, o ex-governador João Doria, mas sim uma escolha “entre a civilização e a barbárie”.
“Só há duas vias abertas hoje, a via da manutenção do Bolsonaro ou a derrota dele. E quem tem condição de derrotá-lo é o Lula. Não há hesitação possível. Vou apoiá-lo no primeiro turno”, afirmou o ex-ministro, que já ocupou inúmeros cargos no Executivo e no Legislativo pelo PSDB paulista, partido historicamente rival do PT.
A revelação de Aloysio Nunes foi feita durante uma entrevista dele ao jornal “O Estado de S. Paulo”. Na ocasião, ele foi perguntado sobre João Doria, dizendo que o ex-governador paulista “não tem apoio consistente dentro do próprio PSDB”.
“Existe uma rejeição muito forte a ele, que acho até injusta do ponto de vista administrativo, porque ele fez um bom governo, e político, pois Doria foi um dos pouquíssimos tucanos que enfrentaram, de fato, Bolsonaro”, opinou o ex-ministro.
Razão do apoio a Lula
Conforme aponta Aloysio Nunes, um fator determinante para que ele optasse por apoiar Lula já no primeiro turno foi o projeto, até o momento, malsucedido da construção de uma terceira via para tentar acabar com a polarização entre Lula e Jair Bolsonaro (PL).
Para o ex-ministro, nenhum nome se mostrou competitivo. Prova disso, aponta Aloysio Nunes, é que, segundo as pesquisas, atrás de Lula e Bolsonaro está Ciro Gomes, que vai para a sua quarta disputa pela presidência da República.
“É a quarta vez que o Ciro Gomes vai se candidatar. Ele não tem mais coelho da cartola para tirar. Os dois polos já estão dados”, disse o ex-chanceler, finalizando que apoia Lula, mesmo ele sendo do PT, historicamente rival do PSDB, porque o Brasil “não aguentar um segundo mandato de Jair Bolsonaro”.
“Eu estou me colocando diante de uma situação nacional dramática. Com mais quatro anos de Bolsonaro, o Brasil chafurda numa situação de corrosão democrática. Estamos diante da escolha entre a civilização e a barbárie”, concluiu Aloysio Nunes.
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