Mauro Cid, ex-ajudante de ordem de Jair Bolsonaro (PL), deve assumir que fraudou o próprio cartão de vacinação, o da esposa e o da filha, revelou na noite desta quarta-feira (17) a jornalista Daniela Lima, do Canal “CNN Brasil”.
De acordo com ela, o aliado do ex-presidente deve alegar motivo pessoal, destacando que tem pessoas próximas que moram no exterior e precisa viajar constantemente. No entanto, como ele tem receio de tomar a vacina contra a Covid-19, requisitada para ingressar nos outros países, optou por articular a falsificação dos documentos.
Assim como publicou o Brasil123, a Polícia Federal (PF) encontrou conversas do ex-ajudante de ordens com sua esposa – na ocasião, eles colocam em dúvida os imunizantes. Isso, mesmo após diversos especialistas terem atestaram a segurança e eficácia das vacinas utilizadas contra a Covid-19.
Conforme a jornalista, existe a expectativa de que Mauro Cid irá “blindar” Bolsonaro no caso – ele deve ser confrontado com provas da PF de que um computador no Palácio do Planalto acessou os dados de vacinação do ex-presidente nos dias 22 e 27 de dezembro e, no dia 30 do mesmo mês, esses dados foram acessados pelo seu celular do próprio ex-ajudante de ordens.
Segundo Daniela Lima, o ex-ajudante de ordens deve falar que estava apenas checando informações, o que seria esperado de seu cargo. Com isso, a expectativa é que Mauro Cid confesse um crime de menor potencial ofensivo (falsificação de documentos), e não seja um delator no caso.
Hoje, existe a avaliação é de que o volume de provas contra Mauro Cid, principalmente em relação às falsificações de registros para ele a família, é grande, o que torna muito difícil não haver condenação.
Na terça-feira (16), Bolsonaro prestou depoimento à PF sobre o caso. Na ocasião, o ex-presidente disse que não pediu a ninguém para falsificar cartões de vacinação contra Covid-19 para ele, muito menos para inserir dados no ConecteSUS em seu nome.
De acordo com Daniela Lima, Bolsonaro, também no depoimento, se afastou de algumas pessoas citadas nas investigações, como Ailton Barros, que é ex-militar que se identificava como “o 01 do Bolsonaro” – argumentando que se aproximavam apenas em períodos eleitorais.
Por fim, o ex-presidente relatou que não sabe o que foi feito por Mauro Cid e nem quais as motivações para possíveis crimes – Bolsonaro também negou ter apoiado qualquer ato de insurreição ou afastamento do Estado Democrático de Direito.
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