Uma semana após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, está novamente totalmente fechada ao trânsito. As vias que levam ao Congresso Nacional e à Praça dos Três Poderes, onde fica o Palácio do Planalto e a sede do Supremo Tribunal Federal (STF), foram interrompidas na madrugada deste sábado (7).
É importante ressaltar que os prédios da Esplanada dos Ministérios foram projetados pelo arquiteto Oscar Niemeyer, enquanto a via propriamente dita foi projetada pelo urbanista Lúcio Costa. Por fim, o paisagismo do Eixo Monumental, executado por Burle Marx.
Entenda o caso
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) informou em nota oficial que a medida visava “receber as manifestações de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro previstas para este domingo (8)”. Segundo a PMDF, a Esplanada não deve deixar passar o trânsito neste sábado, fazendo com que os turistas que buscavam ver o monumento projetado por Oscar Niemeyer voltassem desapontados para casa.
Além disso, segundo a corporação, diversas mensagens surgiram em grupos de apoiadores do ex-presidente nas redes sociais, em especial no Telegram, com convocações para “invadir Brasília por 72 horas”, a partir de sexta (6).
“É algo para nós: homens e mulheres que querem ver o Brasil livre das mãos de vagabundos. [Pessoas] dispostas a, se preciso for, levar gás na cara, cacete no lombo e ser preso, pois a ordem será o uso da força para conter nossa movimentação. Temos de resistir e estarmos prontos para o que der e vier”, declarou um apoiador no aplicativo de mensagem.
Flávio Dino se posiciona
Neste sábado (7), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que a pasta está mobilizada para atuar diante de atos políticos na Esplanada, que forem caracterizados como competência federal. “A atribuição constitucional, em um primeiro momento, é das esferas policiais locais”, escreveu, em seu perfil no Twitter.
Além disso, na postagem, Dino cita registros de atos políticos em outros lugares, “inclusive com absurdas agressões”. Com isso, o ministro pede aos agredidos que procurem uma delegacia para documentar o ocorrido, apresentando imagens, se possível.
Enquanto os grupos bolsonaristas pedem que mais pessoas entrem na “guerra”, principalmente aqueles com armas como Colecionadores, Atiradores Desportivos e caçadores (CACs), Dino acrescentou que a liberdade de expressão não inclui ataques pessoais, sabotagens violentas e golpes políticos.
Medidas antecipadas
Para evitar comportamentos antidemocráticos na Esplanada, o ministro da Justiça e Segurança Pública disse que procurou o chefe da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal para determinar medidas contra possíveis crimes federais. Flávio Dino afirmou que o rumo da conserva se ateve aos “atos antidemocráticos que podem configurar crimes federais”. Segundo o ministro, pequenos grupos extremistas não vão mandar no Brasil.
Em suma, vale destacar que, na noite da última sexta-feira (6), pessoas que afirmavam não aceitar os resultados das eleições presidenciais, se mobilizaram em larga escala para bloquear o trânsito na via que leva ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.