Um grupo de procuradores-gerais estaduais dos Estados Unidos da América (EUA) se reuniram nesta quinta-feira, 18, e firmaram um acordo sobre iniciar uma investigação contra o Facebook, o novo Meta. A justificativa se refere à prática da plataforma em se apropriar e promover o Instagram, uma outra rede social da companhia, entre crianças.
A investigação tem o intuito de identificar os efeitos do Instagram em crianças, sobretudo, os negativos. A ação abrange cerca de oito estados norte-americanos, e foi anunciada em um momento no qual o Facebook tem sido alvo constante de críticas sobre o poder e os impactos que causa sobre crianças e adolescentes.
Segundo os procuradores-gerais, a companhia violou as leis de proteção dos consumidores, colocando os jovens em risco. Por hora, os representantes do Facebook ainda não comentaram sobre as acusações.
No mês de setembro deste ano, a companhia informou que iria suspender temporariamente os planos de elaboração de um novo formato da plataforma Instagram, direcionado exclusivamente para crianças. O lançamento, que aconteceria em breve, foi prorrogado após críticas severas e numerosas contra o projeto.
A decisão foi tomada logo após a ex-funcionária, Frances Haugen, denunciar que a companhia tinha conhecimento de que o Instagram poderia ser prejudicial para a saúde mental de crianças e adolescentes. Por isso, os procuradores-gerais dos EUA querem saber se a companhia realmente violou as leis de proteção dos consumidores, colocando os jovens em risco.
A plataforma se chamaria Instagram Kids, e seria direcionada a menores de 13 anos. No entanto, outro fator relevante para a tomada de decisão sobre a suspensão da plataforma também se relaciona à uma série de reportagens publicadas no Wall Street Journal. As matérias se basearam em dados provenientes de uma pesquisa realizada pelo próprio Facebook, que apontam que o uso do Instagram seria capaz de causar danos à saúde mental e à ansiedade das meninas.
Executivos do Facebook no Senado norte-americano também tiveram influência após uma audiência que teve por objetivo, investigar os “efeitos tóxicos do Facebook e Instagram nos jovens”. Em justificativa, o chefe do Instagram, Adam Mosseri, declarou que o projeto Kids consistiria em uma versão supervisionada pelos pais, mas que, infelizmente, foi mal interpretada.
“Ainda acredito firmemente que é algo positivo construir uma versão do Instagram desenhada para os ‘tweens’. “Mas, queremos dedicar tempo para conversar com pais, pesquisadores e especialistas em segurança para obtermos maior consenso sobre como seguir adiante”, disse Mosseri.