Na última sexta-feira (29), a Câmara dos EUA aprovou um projeto que busca proibir rifles de assalto, tipo de armamento que tem sido utilizado constantemente em diversos massacres ocorridos nos últimos tempos no país norte-americano. O projeto foi enviado ao Senado.
Os democratas obtiveram vitória de 217 a 213 sobre a ala republicana, aproveitando a onda de irritação da população com os massacres, em que rifles AR-15 foram utilizados para assassinar crianças em suas escolas e adultos em suas atividades de rotina.
“Eles são mais fáceis de comprar para um adolescente do que cerveja”, disse o parlamentar Democrata Lloyd Dogget, durante a discussão sobre o projeto. “Transformamos nossas igrejas, nossas escolas, nossos shoppings, nossas casas de entretenimento, quase todos os lugares em um campo de batalha, com um massacre atrás do outro”, acrescentou.
Nesse sentido, os democratas vem buscando há bastante tempo renovar uma proibição federal contra esse tipo de arma. A última proibição nos EUA durou 10 anos, entre 1994 e 2004, ano de sua expiração. Na época da proibição, houve uma queda significativa dos massacres, de acordo com um estudo feito em 2001 pela Faculdade de Medicina Feinberg, da Universidade de Northwestern, localizada no estado do Illinois.
Senado dos EUA dividido pode embarreirar projeto
Atualmente, o Senado dos EUA, que conta com 100 integrantes, está dividido meio a meio entre republicanos e democratas. Contudo, como a vice-presidente democrata, Kamala Harris é sua presidente cerimonial, ela possui o poder de desempate nas votações, o que garante vantagem para os democratas.
No entanto, as regras da Casa exigem que a maior parte do legislativo precise do apoio de pelo menos 60 senadores para avançar. Sendo assim, existe alta chance de os republicanos impedirem um projeto de lei sem que ao menos ele seja debatido.
Tiroteio em Orlando
Ainda neste domingo, ocorreu um tiroteio na região central de Orlando, nos Estados Unidos, deixando 7 feridos. Ainda não há registro de mortos e o autor dos disparos ainda é desconhecido para a polícia local. O caso ocorreu no Wall Street Plaza, um quarteirão fechado para carros, que possui muitos bares e restaurantes.
De acordo com a polícia local, o atirador realizou disparos na direção de um grupo de pessoas durante uma briga que se formou por volta das 2h da manhã do horário local, enquanto os bares já estavam fechando.
Os feridos foram transferidos para hospitais da região, mas não há informações sobre o estado de saúde das vítimas. Eric Smith, chefe do departamento de polícia da localidade disse que “espera-se que todos sobrevivam”. Ainda, de acordo com ele, a polícia segue buscando informações para concluir o caso, e pediu que as pessoas com vídeos forneçam o material para ajudar nas investigações.
O tiroteio em massa, quando possui quatro ou mais pessoas baleadas, se junta aos mais de 300 que já ocorreram nos Estados Unidos este ano, de acordo com os dados compilados pela Gun Violence Archive, uma organização sem fins lucrativos que acompanha estes casos.
Ainda no início do mês, o presidente Joe Biden sancionou a primeira grande legislação federal de segurança sobre armas após décadas, o que significa um avanço bipartidário em relação a uma das questões políticas mais complexas dos EUA.