O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,87% em agosto deste ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o maior nível para o mês de agosto dos últimos 21 anos. A saber, o IPCA é a inflação oficial do Brasil e acumula forte avanço de 5,67% entre janeiro e agosto de 2021.
No entanto, há itens com variações muito mais expressivas que a taxa nacional. Em resumo, quem lidera o ranking das maiores disparadas neste ano é o pepino, que está 78,51% mais caro que no ano passado. O top três ainda traz a abobrinha (72,90%) e o pimentão (58,18%), que também tiveram fortes altas no período.
Mas o destaque do top dez ficou com os combustíveis, que afetam mais fortemente a inflação. Ocupando a quarta posição no ranking, ficou o etanol, que disparou 40,75% no ano. Já a gasolina (31,09%), o gás veicular (30,12%) e o óleo diesel (28,02%) ficaram em sexto, sétimo e oitavo lugares, respectivamente.
A propósito, o grupo transportes foi o que mais influenciou o resultado do IPCA em agosto, impulsionado justamente pelos combustíveis. Assim, superou o grupo alimentação e exerceu o maior impacto no orçamento doméstico das famílias no mês passado.
Vale ressaltar que o grupo transportes teve o maior peso entre os nove grupos pesquisados de outubro de 2019 a maio de 2020. Contudo, o grupo alimentação vinha exercendo o maior impacto na inflação do país desde então. Agora, os itens relacionados aos transportes voltaram a exercer a maior influência no IPCA.
Veja outros itens com variações expressivas no ano
Além disso, outros itens que também tiveram fortes aumentos no ano foram: açúcar refinado (27,11%), fubá de milho (25,05%), mandioca (24,93%), repolho (23,82%), gás de botijão (23,79%), melão (22,14%) e açúcar cristal (20,15%).
De acordo com analistas, a seca vem elevando os preços de diversos alimentos neste ano. Aliás, a expectativa é que os aumentos continuem acontecendo nos próximos meses. Ao mesmo tempo, a desvalorização do real ante o dólar faz produtores venderem para o exterior, pois lucram mais, reduzindo a oferta interna e elevando o preço.
“O dólar, os preços no mercado internacional e o encarecimento dos biocombustíveis são fatores que influenciam os custos, o que acaba sendo repassado ao consumidor final”, explicou o analista da pesquisa de preços do IBGE, André Filipe Guedes Almeida.
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