Um acontecimento chamou a atenção e chocou os britânicos nos últimos dias. Trata-se dos crimes cometidos pelo policial Wayne Couzens que estuprou e matou a executiva de marketing de 33 anos de idade, Sarah Everard.
O homem que foi condenado à prisão perpétua já havia admitido tanto o assassinato quanto o estupro da mulher em ocasiões anteriores no tribunal. No entanto, somente agora decidiu dar detalhes sobre o crime que se iniciou com o sequestro da vítima.
Ele contou que Sarah voltava da casa de um amigo em Clapham, um bairro de classe média situado na região Sul de Londres, quando, por volta das 21h30 do dia 3 de março, ele a sequestrou. Embora a escolha por Sarah tenha sido aleatória, o ataque em si já havia sido planejado há tempos.
O policial permaneceu, pelo menos, um mês viajando entre Deal, no condado de Kent, onde ele morava, para Londres. As viagens constantes tiveram o propósito de estabelecer a melhor maneira de cometer os crimes desejados. Após ter todos os pontos traçados, dias antes do ataque ele alugou um carro que seria usado no sequestro, tal como um rolo de fita adesiva para carpete.
Após concluir um turno de 12 horas na embaixada dos Estados Unidos da América (EUA), Couzens, que fazia parte da unidade policial de proteção a parlamentares e diplomatas, saiu em busca da mulher que seria a sua vítima nas próximas horas ou nos próximos dias. A intenção era clara, sequestrar e estuprar, conforme informado pela promotoria.
O policial ainda teve uma vantagem, ele se beneficiou do conhecimento adquirido durante patrulhas da covid-19 em janeiro deste ano, e usou o distintivo policial para enganar a vítima alegando uma falsa prisão por violação das medidas de contenção ao vírus.
O policial conta que algemou Sarah antes de colocá-la no carro e ir partirem. Vale mencionar que o sequestro foi presenciado por duas testemunhas que passavam de carro pelo local, mas que na hora, acreditaram se tratar de um policial disfarçado realizando uma prisão legítima, motivo pelo qual não intervieram no acontecimento que não passou de cinco minutos.
A partir daí, Couzens dirigiu até Dover em Kent, onde passou Sarah para o próprio veículo antes de seguir viagem até uma remota zona rural nas proximidades. Inclusive, este foi o local do assassinato da executiva, onde ele a estrangulou usando o cinto do uniforme policial. Couzens deixou o local às 2h31, momento em que foi flagrado por imagens das câmaras de segurança de um posto de combustível onde parou para comprar bebidas na loja de conveniência.
Posteriormente, Couzens voltou a fazer duas visitas ao local onde desovou o corpo da vítima, deixando uma das cenas do crime pouco antes do amanhecer. No outro dia, ao notar que a busca por Sarah somente aumentava, o policial comprou gasolina para queimar o corpo da vítima dentro de uma geladeira. Também comprou dois sacos de entulho verde para camuflar os restos mortais da mulher em um lago perto de um terreno em seu nome em uma floresta da região.
Uma semana após o desaparecimento, o corpo de Sarah foi encontrado em um riacho há poucos metros da propriedade de Couzens. Mas enquanto isso, o policial seguiu a vida dele normalmente, chegando até mesmo a viajar com a família para a mesma floresta na qual queimou o corpo da vítima.
No entanto, uma atitude de Couzens chamou a atenção. É porque, na data do dia 8 de março, prevista para ele retornar ao trabalho, ele entrou em contato com o departamento de Polícia e informou que iria se ausentar devido a problemas de saúde.
No dia seguinte o policial foi preso em Deal. Em um primeiro momento, Couzens contou uma história falsa, alegando ter sido ameaçado por uma gangue de criminosos no Leste europeu. Segundo ele, ele foi coagido a entregar uma “outra garota” após não ter pagado uma prostituta semanas antes. No entanto, a história mal contada não foi convincente, além do que, o corpo da vítima foi identificado dias mais tarde, ligando todos os pontos.