Em cerimônia de abertura do ano do Judiciário, o procurador-geral da República, Augusto Aras, comentou nesta quarta-feira (1) sobre a atuação da Procuradoria-Geral da República (PGR) no combate aos extremistas políticos, que segundo ele, atuou de forma “estrategicamente discreta”.
Importante destacar que, durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, Arras foi acusado pela oposição de se manter em silêncio sobre o comportamento antidemocrático de bolsonaristas e do próprio ex-presidente.
Falas de Augusto Aras
O procurador-geral da República, Augusto Aras, disse em seu discurso na abertura do Ano Judicial do Supremo Tribunal Federal (STF) que era preciso repetir “Democracia, eu te amo” para que o Brasil proteja o Estado Democrático de Direito.
Além disso, Aras comentou ser o momento de “pacificar e conciliar” a sociedade após o período eleitoral. Aproveitando sua fala, pedindo a normalidade das instituições e das pessoas. “É hora de fazermos a paz, seguirmos em frente. É preciso lembrar que cada brasileiro e brasileira têm deveres com a República”.
Ao dizer “Democracia, eu te amo, eu te amo, eu te amo”, a fala do procurador-geral da República causou constrangimento na plateia. Uma mulher disse “hipocrisia” em voz alta. Outros convidados viraram a cabeça para olhar, um pouco desconfortáveis.
Ao final, afirmou que agiu com imparcialidade, o que gerou muita discussão e até algumas risadas.
Defesa da democracia
Em seu discurso, Augusto Aras salientou o privilégio que o Brasil tem de “eleições periódicas”, bem como o poder que o povo possui para mudar de opinião. O PGR registrou que o voto popular deve ser respeitado, especialmente por aqueles que não obtiveram a maioria.
“Fiel à definição da Constituição da República, o Ministério Público não separa o que a Constituição uniu e, por isso, recusa antagonismos entre regime democrático e ordem jurídica. Nenhuma dessas conquistas se mantém de pé ou cai sozinha”, exclamou.
Citação a ex-senador cassado
Nos momentos finais do seu discurso, Augusto Aras referiu-se a um artigo publicado na imprensa pelo ex-senador Demóstenes Torres, acusado de não cumprir o protocolo parlamentar. Na época, Torres era acusado de usar um mandado para apoiar o contraventor Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira.
“Hoje li um artigo do ex-senador Demóstenes Torres falando basicamente que na hora da batalha não importa o que vai acontecer, mas quem está ao nosso lado na trincheira. O ex-senador, ex-Procurador-Geral de Justiça, um homem erudito, declara seu amor, a sua companheira e cita como exemplo a senhora Rosângela Silva”, afirmou Aras.