Na última quarta-feira, 8, a estátua do general Robert E. Lee, foi retirada de local onde ficou anos instalada na cidade de Richmond, no estado da Virgínia. A estátua confederada foi removida em meio a debates políticos sobre homenagens a personagens com um histórico controverso, tal como o racismo neste caso.
A estátua que representa o general Lee em cima do cavalo permaneceu desde o princípio na antiga capital da confederação durante a Guerra Civil. No entanto, esta homenagem foi considerada como um símbolo racista estampado publicamente durante um longo período, tendo em vista que Robert E. Lee liderava um grupo de confederados que defendiam a escravidão no país.
Esta não é a primeira ação neste sentido. Somente nos últimos seis anos, mais de 300 símbolos confederados e de supremacistas brancos foram retirados de cena. Por outro lado, dados obtidos pelo centro de pesquisa Southern Poverty Law apontou que outros 2 mil símbolos de homenagens ainda estão espalhados por todo os EUA.
É o caso de uma outra estátua de Lee removida da cidade de Charlottesville, também no Estado da Virgínia em julho deste ano. Em ato recente, a cidade de Richmond teve as ruas ao redor da estátua interditadas enquanto o público aguardava pela remoção do item. Vale mencionar que a estátua, considerada uma obra de arte, será armazenada em um local seguro até que se decida sobre o seu destino.
A pressão para chegar a um acordo nos debates sobre a retirada da estátua se intensificaram após o assassinato de George Floyd que gerou comoção a nível internacional devido à agressividade dos policiais locais. O acontecimento teve influência sobre a decisão do governador da Virgínia, Ralph Northam, para a retirada da estátua do general Lee.
Na oportunidade, o fundador do movimento, Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), se pronunciou sobre o ocorrido que, para ele, foi muito gratificante. Ele acredita que a presença da estátua em um local público tinha o poder de instigar aqueles que têm um conhecimento mínimo sobre a história a cogitar a normalização do racismo.
“Com a queda do monumento, também faz parte da queda desses tipos de ideais. Isso fecha a conversa: ‘Tudo bem ser racista'”, concluiu.
E a retirada de símbolos racistas não para por aí, pois monumentos como do navegador Cristóvão Colombo também foram atacados durante atos de vandalismo em Richmond, Boston e Baltimore. Em determinado momento, em meio a essas ações, o ex-presidente Donald Trump tentou acusar os manifestantes de tentarem apagar a história dos EUA.
Esta decisão de remover o maior número de estátuas e demais monumentos análogos à escravidão e ao racismo já ultrapassou as fronteiras norte-americanas, chegando ao Reino Unido na cidade de Bristol, onde o símbolo afetado fazia parte do Parlamento britânico.
Em Londres, por exemplo, 256 negros chegaram às fazendas locais para serem escravizados. A cidade também abrigava a estátua de Robert Milligan, removida pelo Museu das Docas. Enquanto isso, na Bélgica, a campanha é um pouco mais antiga. Consiste na retirada do rei Leopoldo 2º, colonizador do Congo Belga.