As declarações polêmicas do presidente Lula, em sua viagem à China, sobre a Guerra da Ucrânia geraram críticas de representantes dos Estados Unidos e da União Europeia. O presidente brasileiro fez acusações graves, além de colocações impopulares sobre o conflito. Para especialistas, a tensão na região é o maior problema geopolítico da atualidade.
A declaração vem em meio a uma maior aproximação do Brasil com os BRICS, país que tem como integrante a Rússia. A viagem de Lula à China foi considerada pelo governo a mais importante do ano e contou com a assinatura de 15 acordos comerciais.
O que disse Lula sobre a Ucrânia?
Em sua visita à China, o presidente Lula fez declarações infelizes sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia. Para especialistas, as falas colocam desconfiança no governo brasileiro, principalmente por parte dos Estados Unidos e da Europa.
Segundo John Kirby, coordenador de comunicação estratégica do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, a postura de Lula sobre o tema é “profundamente problemática“. Ele ainda afirmou que a fala é uma “repetição automática da propaganda russa e chinesa“.
“É profundamente problemático como o Brasil abordou essa questão de forma substancial e retórica, sugerindo que os Estados Unidos e a Europa de alguma forma não estão interessados na paz ou que compartilhamos a responsabilidade pela guerra“, disse ele a jornalistas. “Francamente, neste caso, o Brasil está repetindo a propaganda da Rússia sem olhar para os fatos“.
Além disso, nesta segunda-feira (17), o presidente Lula recebeu o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, em Brasília. A medida marcou um posicionamento mais alinhado aos BRICS do atual governo, que pode gerar tensões com a União Europeia e os Estados Unidos. No último domingo, 16, Lula disse que “o presidente Putin não toma a iniciativa de parar: “Zelenski não toma a iniciativa de parar. A Europa e os Estados Unidos continuam contribuindo para a continuação desta guerra”.
Repercussão na Europa
Na Europa, funcionários de órgãos importantes também se manifestaram contra as diversas declarações de Lula sobre o tema. Isso porque o presidente também disse que a guerra é uma decisão conjunta da Ucrânia com a Rússia. No entendimento do presidente brasileiro, ambos os países querem o conflito.
O porta-voz para Assuntos Externos da União Europeia, Peter Stano, disse que a Rússia é a “única responsável” pelo conflito. “Não há dúvidas sobre quem é o agressor e quem é a vítima”, disse. Ele também rebateu falas de que Estados Unidos e Europa contribuem para o conflito afirmando que “os Estados Unidos e a União Europeia, juntamente com outros parceiros internacionais, ajudam a Ucrânia a exercer seu legítimo direito de autodefesa”.
Dessa forma, para especialistas, Lula se colocou ao lado da Rússia no conflito, abandonando sua posição de neutralidade em relação a conflitos. Além disso, vale lembrar que Lula enviou uma proposta de paz para ambos os países, mas foi recusada.
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