Com quase um ano desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, a Embaixada dos EUA em Moscou está pedindo aos americanos que deixem a Rússia “imediatamente” devido aos riscos de segurança em meio à possibilidade de prisão arbitrária ou assédio por parte das agências policiais russas. Segundo a Embaixada dos Estados Unidos em Moscou, há “consequências imprevisíveis” da guerra na Ucrânia, afirmando que os cidadãos americanos com dupla cidadania correm o risco de recrutamento involuntário pelas forças armadas da Rússia.
Comunicado da embaixada dos Estados Unidos
Conforme o comunicado da embaixada dos Estados Unidos em Moscou, “cidadãos americanos que residem ou viajam na Rússia devem partir imediatamente”. “Não viaje para a Rússia”, acrescentou. A declaração apontou que não há garantias para os direitos de reunião pacífica e liberdade de expressão na Rússia, e que todos devem se abster de qualquer forma de protesto político ou social.
Além disso, segundo informações disponibilizadas pela embaixada, os serviços de segurança russos têm realizado prisões de cidadãos americanos sob acusações espúrias, assédio, negaram-lhes tratamento justo e transparente e os condenando em julgamentos secretos, sem que haja a apresentação de provas reais. “As autoridades russas impõem arbitrariamente as leis locais contra trabalhadores americanos e abrem investigações criminais questionáveis contra os cidadãos americanos envolvidos em atividades religiosas”, afirma a embaixada.
Manifestação do Kremlin
O Kremlin ignorou os apelos para que os americanos deixassem o país, dizendo que não se tratava da primeira vez que cidadãos americanos sofreram com alertas para deixar a Rússia. O último alerta público ocorreu em setembro, quando o presidente Vladimir Putin ordenou uma mobilização parcial. “Eles foram expressos pelo Departamento de Estado muitas vezes no último período, então isso não é uma coisa nova”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres.
Além disso, Peskov reagiu às advertências da Embaixada dos Estados Unidos para cidadãos que possuem cidadania russa, observando: “O fato de que cidadãos com dupla cidadania são mencionados lá (comunidade da embaixada americana)… esses cidadãos para nós são, antes de tudo, cidadãos da Rússia, independentemente das outras cidadanias que eles têm”.
Situação na Ucrânia
Apesar de muitos fugirem da província de Donetsk, onde ocorreu a maioria dos combates, aqueles que optaram por ficar contam com entregas esporádicas de comida e água para sobreviverem. Na cidade de Sviatohirsk, libertada pelas forças ucranianas em setembro, ao norte de Donetsk, os poucos residentes restantes contam com voluntários da World Central Kitchen, que fornecem comida e suprimentos para lidar com o frio intenso.
As pessoas que deixaram a linha de frente em busca de segurança continuam lutando para se ajustar a novas vidas em outros lugares. Em suma, em Kiev, dezenas de pessoas das regiões de Donbass, Kherson e Kharkiv estão sendo ajudadas por organizações que fornecem abrigo temporário e refeições.