Dias após a detecção de um balão chinês no espaço aéreo americano, os Estados Unidos afirmam que derrubaram o artefato ontem, 4. Segundo a China, o balão fazia parte de um aparato meteorológico, ao passo que os americanos acusam os chineses de espionagem em solo americano. Com o envio de aviões militares para derrubar o balão, especialistas dizem que as tensões ficam um pouco maiores entre as duas potências.
Logo depois de os Estados Unidos derrubarem o balão, a China lançou uma nota. Nela, o Ministério das Relações Exteriores da China afirmou uma “forte insatisfação e protesto contra o uso da força pelos EUA para atacar aeronaves civis não tripuladas“. Ainda não se sabe qual era o aparato tecnológico preso ao balão.
Escalada de tensões
O governo americano afirmou que derrubou o balão chinês que estava em seu território. Segundo os chineses, tratava-se de um dispositivo meteorológico, ao passo que os Estados Unidos acusam os asiátios de espionagem. Com os dois lados da história postos, especialistas dizem que a escalada de tensões chegou ao Japão.
Isso porque os Estados Unidos agora planejam colocar mísseis de médio alcance no Japão. A ideia é reforçar as armas de defesa contra a China na região, seja por causa do próprio território chinês, seja por conta das tensões em Taiwan. Além disso, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, desmarcou a viagem que tinha marcada a Pequim. Segundo os jornais asiáticos, os chineses tentam restaurar as relações com os americanos.
Contudo, há outro agravante. Isso porque um balão semelhante foi visto no céu da Colômbia. Com isso, crescem as disputas de narrativas. Vale lembrar que a América do Sul tem como principal parceiro comercial a China, principalmente por conta da posição latina de exportadora de commodities.
A disputa de China e Estados Unidos
As tensões entre os dois países não é nenhuma novidade. Isso porque China e Estados Unidos travam uma guerra comercial há, pelo menos, uma década, apesar das diferentes escalas de tensões. Contudo, os conflitos políticos são mais recentes, com a China aumentando seus investimentos na indústria militar, buscando aumentar sua influência, em especial na Ásia e na América do Sul.
Na última semana, os Estados Unidos anunciaram a colocação de bases militares nas Filipinas, um território próximo a Taiwan. A China afirma que a ilha é de sua propriedade, ao passo que os americanos falam que Taiwan é um território independente. Isso porque as principais indústrais de semicondutores estão na ilha. Os semicondutores são peças fundamentais para a fabricação da grande maioria dos eletrônicos da atualidade.
Além disso, é importante lembrar que a China é uma das principais mantenedoras da Rússia no atual cenário de guerra contra a Ucrânia. Com isso, apesar de não se envolver na guerra diretamente, como os Estados Unidos, os chineses sustentam, atualmente, a economia russa.
Por isso, as tensões entre China e Estados Unidos ficam cada vez mais frequentes. Segundo especialistas, o imbróglio em relação ao balão deve ser resolvido em breve.