Na noite deste sábado, 27, parlamentares republicanos e o presidente Joe Biden chegaram a um princípio de acordo sobre a dívida pública americana. Com o prazo para votar o projeto se esgotando, especialistas afirmam que o atual presidente deve sair perdendo na negociação, o que também foi confirmado pelas falas de McCarthy, o principal parlamentar Republicano no Congresso dos Estados Unidos.
Segundo ele, o projeto pode entrar em votação na próxima quarta-feira. Caso a medida não passe, seriaa a primeira vez que os Estados Unidos ficariam inadimplentes na história. Nos anos anteriores, os aumentos do teto da dívida são recorrentes.
O que é o teto da dívida americana?
O governo dos Estados Unidos está no meio de um momento conturbado no cenário político do país. Isso porque o tesouro americano atingiu o patamar mais alto permitido para a emissão de dívidas. Com isso, o governo deveria, em tese, fazer reajustes na economia para baixar o endividamento. Contudo, a saída escolhida foi aumentar o teto da dívida do país.
Na prática, isso quer dizer que parlamentares estudam um aumento no endividamento, mas há discordância sobre o patamar. Além disso, a contrapartida exigida pela oposição não está sendo aceita pelo partido do presidente, Joe Biden. Segundo especialistas, o país precisa chegar a um acordo até o dia 1° de junho, dia conhecido como o “dia X”.
Segundo especialistas da BBC, consultados pelo G1, há unanimidade no mercado em relação ao calote. Até agora, todos os economistas citados não acreditam em um calote. Caso isso aconteça, seria a primeira vez na história que a principal economia do mundo ficaria inadimplente. Desde 2010, esse seria o oitavo aumento no teto da dívida dos Estados Unidos.
Um acordo amargo para o presidente dos Estados Unidos
Apesar de ser uma boa notícia para a economia do mundo, o acordo não veio da forma que Joe Biden esperava. Isso porque o presidente dos Estados Unidos pleiteava um aumento da dívida sem contrapartidas, o que não acontecerá. Segundo McCarthy, o anúncio do novo teto deve ser acompanhado de diminuições nos gastos públicos.
Em suas redes sociais, McCarthy disse que Joe Biden “perdeu tempo e se recusou a negociar por meses”, mas afirma que ambas as partes chegaram a “um acordo que é digno do povo americano”. Com isso, para especialistas, há a sinalização de que o governo dos Estados Unidos deve anunciar cortes nos gastos públicos, sendo essa uma derrota para Joe Biden.
Além disso, a medida deve influenciar diretamente nas próximas eleições dos Estados Unidos, que acontecerá no ano que vem.