Na quinta-feira (28), assim como mostrou o Brasil123, o jornal “Folha de S.Paulo” divulgou uma pesquisa do instituto DataFolha que mostrou uma estabilidade na corrida eleitoral pela presidência da República. Hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece com 47% das intenções de votos, enquanto o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), está 18 pontos percentuais atrás do petista, com 29%.
De acordo com o jornalista Gerson Camarotti, da “TV Globo”, a estabilidade de Lula causou um “anticlímax” entre integrantes da campanha de Bolsonaro, que avaliam que, nesta altura do campeonato, o presidente já deveria estar com um crescimento mais acentuado nas pesquisas. Todavia, de crescimento mesmo, somente a rejeição do governo do presidente, que chegou a 45%, o maior patamar da série histórica para um presidente que disputa a reeleição.
Em entrevista ao jornalista, aliados do presidente, que preferiram não se identificar, disseram que Bolsonaro criou uma agenda negativa com os ataques ao sistema eleitoral, ofuscando, dessa maneira, a chamada agenda positiva que incluiu, por exemplo, a redução dos preços dos combustíveis e a elevação do Auxílio Brasil, que saltará de R$ 400 para R$ 600 até o final do ano.
Até então, a expectativa da equipe que cuidava da campanha de Bolsonaro era que ele fosse apresentar uma alta nas pesquisas de intenções de votos por conta da aprovação das medidas e também devido ao lançamento oficial de sua candidatura, no último domingo (24). No entanto, os ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral e também os sinais de que existem casos de corrupção no governo do chefe do Executivo acenderam o sinal de alerta na campanha.
“Dessa vez, o próprio Bolsonaro criou uma agenda negativa, que atrapalhou todo o esforço de uma pauta de realizações. É preciso ter cuidado para não errar novamente nessa reta final”, afirmou ao jornalista da “TV Globo” um integrante da equipe do presidente. Essa mesma pessoa afirmou que, ao atacar o sistema eleitoral, Bolsonaro acabou unindo vários setores. Hoje, além empresários, artistas, intelectuais e economistas estão saindo em defesa da democracia e afirmando que confiam nas instituições brasileiras.
De acordo com Gerson Camarotti, mesmo com a frustração de Bolsonaro não ter conseguido aumentar seus números de intenções de votos, a expectativa é que, no próximo levantamento, marcado para agosto, após o pagamento do Auxílio Brasil com o novo valor, Bolsonaro possa apresentar números melhores e crescer nas pesquisas. Apesar da esperança, interlocutores sabem que, para isso acontecer, o presidente precisa pisar no freio, diminuir seus ataques e sua alta rejeição registrada atualmente.
Leia também: Bolsonaro publica “manifesto” defendendo democracia