O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), afirmou na noite de quinta-feira (02) que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está tomando medidas arbitrárias contra o Estado Democrático de Direito.
“Sabemos que TSE está tendo medidas arbitrárias contra Estado Democrático de Direito, ataca democracia, não querem transparência do sistema eleitoral”, declarou o chefe do Executivo durante sua tradicional transmissão ao vivo nas redes sociais.
Segundo Bolsonaro, o TSE chamou as Forças Armadas para participar da comissão que visa a transparência eleitoral, mas, depois das sugestões do órgão, o presidente da Corte, Edson Fachin, não quer mais conversar.
“Depois que as Forças Armadas apresentam as sugestões o TSE – o TSE não, o ministro presidente do TSE – não aceita mais conversar. E diz que tem que ser assim e não discute mais o assunto. Lamentável”, disse Bolsonaro.
Em outro momento, ele criticou a vinda de observadores internacionais, que foram convidados pelo TSE, para acompanhar as eleições brasileiras. A corte tem chamado autoridades de outros países para que elas acompanhem o pleito e atestem que as eleições e o processo eleitoral no Brasil são confiáveis e seguro.
Sem revelar em detalhes o porquê, Bolsonaro tem se mostrado contra a ideia. “O presidente Fachin se reuniu essa semana com embaixadores de outros países, dizendo ‘quando aparecer o resultado na tarde de 2 de outubro, seus países reconheçam imediatamente o resultado das eleições’. Bastante curioso isso que ele tá fazendo. Lamentável o senhor Fachin ter se reunido nessa semana com embaixadores de outros países”, disse o chefe do Executivo.
Bolsonaro sai em defesa de ministro do STF indicado por ele
Ainda na transmissão, Bolsonaro defendeu Kássio Nunes Marques, primeiro ministro indicado por ele ao Supremo Tribunal Federal (STF). O membro da Corte suspendeu a cassação do deputado estadual bolsonarista Fernando Franscischini (União Brasil) decretada pelo TSE.
Por conta da condenação do TSE, o parlamentar ficou inelegível por oito anos. Isso, se não fosse a decisão de Kássio Nunes, tomada na quinta, deixaria o parlamentar de fora da disputa neste ano. O motivo: divulgar fake news sobre as urnas eletrônicas.
Ao defender a decisão do ministro, Bolsonaro lembrou que em 2018, quando venceu as eleições para presidente, recebeu vídeos e telefonemas com supostas adulterações nos votos. “O cara ia apertar o 18 e aparecia o 13. Ninguém falava o contrário, que ia apertar o 13 e aparecia o 17”, disse.
“Coisas que acontecem em larga escala e TSE não se explicou no tocante a isso. Faltavam 10 minutos e depois o TSE resolveu cassar mandato. Não precisa falar que os três do STF votaram pela cassação”, finalizou o presidente em clara alusão a Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, que fazem parte do TSE.
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