A deputada federal Rosangela Moro (União), casada com o ex-juiz federal e agora senador Sergio Moro (União), disparou contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, dizendo que ele tem “obsessão” por seu marido. Não suficiente, a mulher do parlamentar, que foi ministro da Justiça no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também acusou o membro do Supremo de “inaugurar uma cruzada” contra os curitibanos.
Em sua conta no Twitter, Rosangela Moro rebateu Gilmar Mendes pelas críticas feitas a Sergio Moro durante sua entrevista ao programa Roda Viva, da “TV Cultura”, e por ele ter dito que “Curitiba tem o germe do fascismo”. Nesse sentido, a deputada disse que o ministro é “obcecado” por seu marido e que a “República de Curitiba mandou um recado ao Brasil” ao eleger Moro para o Senado, e o ex-procurador da República Deltan Dallagnol (Podemos-PR), para a Câmara dos Deputados.
“Mesmo que o senhor não concorde com o propósito de trabalhar pela melhoria da vida das pessoas, o Paraná e sua capital merecem respeito”, começou Rosangela Moro. “Gilmar Mendes, além de ser obcecado pelo meu marido, inaugura uma cruzada contra Curitiba e contra os curitibanos. Eu, como natural dessa terra, repudio sua fala. A República de Curitiba, nas últimas eleições, mandou um recado claro ao Brasil de que não irá desistir da luta?”, completou ela em sua conta no Twitter.
As declarações de Gilmar Mendes
Assim como publicou o Brasil123, durante a participação no programa Roda Viva, Gilmar Mendes teve como alvo a operação Lava-Jato e o ex-juiz federal e agora senador Sergio Moro. Na ocasião, o ministro disse que o hoje parlamentar se colocou em uma posição favorável à extrema-direita no julgamento de Lula na época em que era juiz.
Na entrevista, Gilmar Mendes relembrou que mensagens vazadas pela operação fez com que ela fosse conhecida como “Vaza Jato”, argumentando que os rumos do processo eram combinados entre os procuradores e o juiz do caso, Sergio Moro. Além disso, Gilmar acusou Sergio Moro de influenciar as eleições de 2018.
“Moro vaza a delação de Palocci entre o primeiro e segundo turno de 2018. Participa, portanto, do processo. Assume posição a favor da extrema-direita”, começou ele, completando que “Curitiba gerou Bolsonaro. Curitiba tem o germe do fascismo. Inclusive todas as práticas que desenvolvem. Investigações a sorrelfa e atípicas. Não precisa dizer mais nada. Não por acaso os procuradores dizem, por uma falta de cultura, que aplicaram o Código Processual Russo”.
Por conta da repercussão negativa da fala, o ministro usou sua conta no Twitter para se retratar, dizendo que a declaração foi uma “metonímia” e que “jamais quis ofender o povo curitibano”. “Não foi Curitiba o gérmen do fascismo; foi a assim chamada ‘República de Curitiba’ (Operação Lava-Jato e os juízes responsáveis por ela na capital paranaense)”, disse ele.
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