Foi realizado na quinta-feira (29), na “TV Globo”, o último debate eleitoral na corrida pela presidência da República. Diferentemente do que muitos possam acreditar, o último embate entre os candidatos não deve alterar o cenário eleitoral que se desenha atualmente para o pleito, marcado para acontecer no domingo (02).
Bolsonaro e Lula não falaram para indecisos, dizem aliados
A afirmação é de Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva e especialista em política. A declaração dele aconteceu no final da noite desta sexta-feira (30) durante sua participação no Arena Eleições, um programa do canal “CNN Brasil”. De acordo com ele, o fato de o debate ter acontecido próximo do dia do pleito acaba sendo ruim.
Isso acontece, explica ele, porque o evento às vésperas da eleição minou a possibilidade de repercussão das falas dos candidatos. Não suficiente, ele ainda relatou que todas as “armas” já foram usadas ao longo da campanha pelos candidatos, restando pouco tempo de visibilidade para conseguir votos ou atacar adversários para tentar aumentar suas rejeições.
“O que poderia acontecer para o debate mudar o resultado da eleição? Era um debate em que não teria a possibilidade de os candidatos fazerem recortes para usar no horário eleitoral de televisão. Era um debate que todas as balas de prata já tinham sido utilizadas”, explicou.
Em outro momento, ele lembrou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) até tentou colocar o caso de Celso Daniel, prefeito morto em 2002, no debate. Todavia, o chefe do Executivo foi advertido pela senadora Simone Tebet (MBD), que afirmou que Bolsonaro deveria fazer o questionamento a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e não a ela.
“Então, objetivamente, o debate não tinha muita chance de mudar o cenário eleitoral, a não ser que algum candidato de terceira via se despontasse, levasse todos os votos úteis para ele”, afirmou Renato Meirelles, completando que Simone Tebet foi a vencedora do debate, novamente, mas essa é uma vitória “menor”, mas que talvez seja suficiente para evitar que ela perca de votos.
“Por mais que eu concorde com a avaliação que a Simone saiu vitoriosa do debate, foi uma vitória menor que ela teve nos outros, talvez o suficiente para conter uma migração de voto útil para Lula”, explicou o especialista em política.
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