As eleições presidenciais deste ano foram marcadas por ataques políticos vindos de todos os lados. No segundo turno, esses ataques se concentram nos dois candidatos que polarizaram o pleito: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL).
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Para Deysi Cioccari, cientista política, as duas campanhas estão conseguindo ser mais agressivas do que foram no primeiro turno e isso pode acabar impactando em um número alto de abstenções. “Se as campanhas estiverem nesse tom agressivo, a abstenção pode aumentar, não tem fato novo propositivo, só campanha de costumes e agressões”, disse ela em entrevista ao canal “CNN Brasil”.
Do dia 02 deste mês, data em que aconteceu o primeiro turno, a campanha de Lula e Bolsonaro estão usando seus espaços para criticar um ao outro. De acordo com Deysi Cioccari, essa não é a melhor estratégia para captar, principalmente, os 32 milhões de eleitores que simplesmente deixaram de votar.
“É difícil chamar a atenção do eleitor assim […] A estratégia mais acertada seria direcionar os esforços aos 32 milhões que se abstiveram no primeiro turno”, afirma a especialista em política, relatando que esse eleitor que se absteve é o chamado “pendular”, isto é, não é apaixonado por política.
“Ele tem apatia política e está cansado do cenário de guerra, de briga ideológica, esse centro-moderado que as campanhas devem mirar”, explicou ela, que ainda relatou que, em sua visão, pouco dos eleitores de Lula e Bolsonaro são “fervorosos”. Na visão dela, a grande maioria das pessoas estão preocupadas com as propostas, ou seja, com o futuro do país.
“Apenas em torno de 20 a 30% dos eleitores de Lula e Bolsonaro são ‘fervorosos’. O resto está interessado em propostas e o que afeta o seu reduto, seu estado, só vão sair de casa para votar se houver motivo que possa beneficiar a ele e à região dele”, completou a especialista.
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