Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito pela terceira vez como presidente da República ao derrotar o atual chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL) dá indícios de moderação, de que fará um governo de centro e ainda promoverá uma “despetização” em sua gestão. Isso quem afirma é Marco Antônio Teixeira, professor de Ciência Política da FGV-SP.
Bolsonaro se encontra com Alckmin no Palácio do Planalto
De acordo com o especialista, em entrevista ao canal “CNN Brasil”, Lula “despetiza” o seu governo ao nomear seu vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), ex-governador de São Paulo, como coordenador da transição de governo. “É uma sinalização importante que será mais ao centro e moderado, que é essencial para unir o país e diminuir o tamanho da divisão”, relatou.
Ainda de acordo com Marco Antônio, ele enxerga o gesto como “parte da aliança eleitoral” que o petista deve buscar durante sua gestão. Para ele, tal fato “é positivo”, porque o petista “precisa enfrentar rapidamente essa questão para diminuir o ímpeto das manifestações que querem desestabilizar o país”.
Segundo o professor de Ciência Política da FGV-SP, o passo é importante para que Lula consiga apoio além do que já fora conquistado no segundo turno das eleições. “Se ele dialogar com setores que marcharam com Jair Bolsonaro, como o agronegócio e a bancada evangélica, terá menos dificuldade para governar”, pontuou o especialista.
Não suficiente, o professor de Ciência Política da FGV-SP relata que a eleição do comando tanto da Câmara dos Deputados, quanto do Senado Federal, também será ponto crucial. “A decisão de nomear interlocutores para tentar fazer parte de uma chapa única é prudente, já que ter relação de tensão não ajuda”, completou.
Na quarta-feira (02), surgiu a notícia de que a coligação de Lula cogita abrir mão de disputa à presidência da Câmara dos Deputados, que hoje é presidida por Arthur Lira (PP), aliados de Bolsonaro. Isso, em prol da governabilidade. Todavia, a informação não foi confirmada pela equipe que cuidou da campanha do presidente eleito.
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