Desde que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cravou que as eleições presidenciais deveriam ser decididas no segundo turno, as campanhas dos dois candidatos mais votados: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL), passaram a buscar apoio político.
Desde domingo (02), políticos passaram a revelar quem pretendem apoiar no segundo turno das eleições. Do lado de Bolsonaro, por exemplo, estão Cláudio Castro (PL) e Romeu Zema (Novo), que foram reeleitos aos governos do Rio de Janeiro e Minas Gerais, respectivamente. Já do lado de Lula estão Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ex-presidente da República, e o Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT), terceiro e quarto colocados, respectivamente, no primeiro turno das eleições presidenciais.
Apesar de politicamente ser importante ter ao lado políticos influentes, há hoje uma dúvida sobre qual a real conversão de apoio em votos. Durante entrevista ao canal “CNN Brasil”, Creomar de Souza, consultor de risco político, relatou que, historicamente, o apoio é importante. Todavia, ele ressaltou que, na hora do voto, de fato, o eleitor tende a se pautar em outras percepções.
“O que nós temos em âmbito histórico é que apoio político tem uma simbologia, mas na hora do vamos ver parece que o eleitor se guia por outras percepções. A gente tem observar para ver se em uma eleição tão peculiar como essa de 2022 vai ter esse componente diferencial novo”, relatou. Ainda segundo o especialista, o nível de engajamento desses apoios diante de uma corrida eleitoral acirrada também será importante.
Ciro Gomes, por exemplo, ao declarar apoio a Lula, sequer mencionou nominalmente o nome do petista. Por outro lado, Cláudio Castro e Romeu Zema, que lideram Rio de Janeiro e Minas Gerais, dois dos três mais importantes colégios eleitorais do país, foram à Brasília e, ao lado de Bolsonaro, anunciaram seus apoios ao chefe do Executivo
“A manifestação de apoio é uma coisa, mas essa turma vai arregaçar a manga e sujar o pé de barro fazendo campanha pelo Brasil? Isso é um ponto que a gente vai ter que verificar nas próximas semanas”, relatou Creomar de Souza, que ainda avaliou que, em sua visão, a estratégia de campanha de Bolsonaro foi mais bem sucedida no primeiro turno do que a da equipe de Lula. “Isso se revelou no bom desempenho de candidatos em busca de reeleição e no bom desempenho em São Paulo que é 22% do eleitorado, fazendo com que Tarcísio de Freitas passasse na frente da Haddad”, relatou.
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