A equipe que cuida da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que neste ano tenta voltar ao Palácio do Planalto, optou por ignorar a denúncia feita pelo presidente da República Jair Bolsonaro (PL), que foi ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) alegar que rádios deixaram de veicular inserções de sua campanha.
Campanha de Bolsonaro intensifica propagandas no Google na reta final das eleições
Em entrevista à agência de notícias “Reuters” nesta quinta-feira (27), ao comentar sobre a denúncia, que foi recusada por Alexandre de Moraes, presidente do TSE, Márcio Macedo, tesoureiro da campanha de Lula, disse achar que “bateu o desespero”. “Acho que, sem querer ser arrogante, bateu um desespero”, disse o tesoureiro petista que, na sequência, afirmou que a ordem hoje é ignorar completamente o assunto nas redes, nas propagandas e nos discursos.
Segundo Marcelo Macedo, essa decisão acontece porque existe o entendimento de que a denúncia feita pela equipe de Bolsonaro tem como foco criar um fato novo diante da sequência de notícias negativas para a campanha do atual presidente. “Vamos ignorar”, reafirmou ele.
Na quarta (26), após Alexandre de Moraes negar o pedido de investigação alegando que o Partido Liberal (PL), o qual Bolsonaro é filiado, não apresentou provas suficiente no caso das rádios, o chefe do Executivo concedeu uma entrevista coletiva.
Na ocasião, Bolsonaro disse que o Partido dos Trabalhadores e o TSE “têm muito que se explicar”. “O que foi feito, comprovado por nós, pela nossa equipe técnica, é interferência, é manipulação de resultado… lamentavelmente PT e TSE têm muito que se explicar nesse caso”, disse o presidente,
Apesar da alegação de que o PT e o TSE pode ter interferido nas inserções de Bolsonaro, importante lembrar que, segundo a legislação eleitoral, é de responsabilidade dos partidos enviarem às emissoras o material a ser apresentado e também a fazer a fiscalização do que está sendo apresentado. Assim como publicou o Brasil123, uma rádio se pronunciou na quarta afirmando que o PL deixou de enviar peças eleitorais de Bolsonaro.
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