A equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está utilizando dados coletados durante a transição para saber quem foram os indicados políticos da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em cargos estratégicos de diferentes órgãos que permitem acesso de investigações policiais a dados sigilosos.
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De acordo com informações do jornalista Valdo Cruz, da “Globo News”, a ideia é realizar trocas em cargos estratégicos, como, por exemplo, o de superintendente da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro, base política da família Bolsonaro e onde estão investigações de interesse bolsonarista.
Ainda segundo o jornalista, Flávio Dino, novo ministro da Justiça, deverá, ainda nesta semana, discutir com Andrei Rodrigues Passos, o novo diretor-geral da PF, sobre os comandos das superintendências. Conforme as informações, a ideia é trocar pelo menos 20 das 27 superintendências da Polícia Federal.
Na visão do governo, notou-se que a família Bolsonaro indicou pessoas para as superintendências mais “sensíveis” com foco em blindar seus aliados e seus familiares de investigações e ainda ter acesso a informações sobre adversários políticos.
Segundo Valdo Cruz, além da PF, a gestão de Lula também está de olho em indicados pela administração de Bolsonaro para a Receita Federal, órgão que teria sido um dos principais alvos de interferência política pela família Bolsonaro na gestão passada.
Durante o mandato de Bolsonaro, seu filho, o senador Flávio (PL), questionou diversas vezes o trabalho da Receita Federal, peça-chave em investigações como o caso da rachadinha, que tem o parlamentar como um dos investigados.
Não suficiente, a revisão da equipe de Lula também visa apurar ações da corregedoria da Receita Federal, visto que o órgão era cobiçado pela família Bolsonaro na tentativa de anular as investigações sobre as rachadinhas – a defesa do senador alegou que o Conselho de Controle e Fiscalização de Atividades Financeiras (Coaf) acessou ilegalmente os dados fiscais de Flávio Bolsonaro que embasam as apurações.
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