A equipe que cuida da transição de governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na área de segurança, estuda transformar a Polícia Federal (PF) em uma espécie de FBI.
De acordo com o jornalista Otávio Guedes, da “Globo News”, a ideia é deixar a corporação responsável, exclusivamente, pelo combate às organizações criminosas, à repressão a crimes financeiros, ambientais e corrupção, entre outras atividades de polícia judiciária da União atribuídas pela Constituição.
Lula pretende despolitizar as Forças Armadas
Segundo o comunicador, em informação revelada nesta quarta-feira (30), com 100% dos recursos humanos e materiais focados na investigação, a ideia é transformar a Polícia Federal em uma “vitrine de boas práticas no combate ao crime organizado”.
Para que isso seja possível, a ideia é transferir serviços como a emissão de passaportes, controle de segurança privada, das fronteiras e de armas, que hoje é de responsabilidade da Polícia Federal, para uma Secretária de Serviços Administrativos, que seria criada no próximo ano pela gestão de Lula.
Conforme Otávio Guedes, antes de decidir sobre a nova configuração da PF, a equipe de Lula debaterá sobre a necessidade ou não de recriar o Ministério da Segurança Pública. Atualmente, a pasta está vinculada ao Ministério da Justiça.
De acordo com alguns integrantes do time do petista, o melhor a fazer é manter a atual estrutura, o que garante, por exemplo, a Polícia Federal vinculada ao Ministério da Justiça. Essas pessoas, afirma o jornalista, defendem que uma pasta da Segurança, sem inserção com a Justiça, ficaria refém dos interesses corporativos.
“Em uma semana a bancada da bala exige o cargo de Ministro de Segurança e aí acabou”, disse um integrante da equipe de Lula em entrevista ao jornalista da “Globo News”.
De outro lado, existem pessoas que defendem a recriação do Ministério da Segurança porque acreditam que o cargo de ministro da Justiça sofreu uma distorção devido à necessidade de se colocar em foco o tema segurança em pauta. Desta forma, esses integrantes afirmam que a pasta deixou de lado sua função de elaborar propostas legislativas para garantir efetividade das políticas públicas traçadas pelo Executivo.
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