O jornalista da “TV Globo”, Gerson Camarotiti, afirmou que a equipe do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), não reagiu bem à postura do chefe do Executivo durante um encontro realizado nesta segunda-feira (18) no Palácio do Planalto, em Brasília, no Distrito Federal.
De acordo com o comunicador, Bolsonaro frustrou sua equipe porque, além de ter tecido acusações infundadas sobre as urnas e o sistema eleitoral brasileiro como um todo, pesquisas internas da campanha indicam que o eleitor vê os ataques do chefe do Executivo como um “discurso de derrotado”.
Conforme o jornalista, a equipe de comunicação de Bolsonaro, inclusive, teria aconselhado Bolsonaro para que ele parasse com os ataques ou, pelo menos, tentasse amenizar o tom, trocando, desta forma, a ofensiva às urnas por um pedido pela transparência nas eleições.
Na última semana, o discurso de Bolsonaro durante a sessão do Congresso para a promulgação da Proposta de Emenda Constitucional foi comemorado pela comunicação de campanha, que pensou que o chefe do Executivo tinha ouvido os conselhos.
Segundo Gerson Camarotti, na ocasião, a avaliação da cúpula do presidente era a de que ele tinha seguido o script e focado nos segmentos do eleitorado nos quais ele tem a maior rejeição: as mulheres, quem recebe até dois salários e nordestinos.
No entanto, nesta segunda, Bolsonaro voltou a tecer ataques contra o processo eleitoral. Além disso, ele também desferiu comentários contra seu adversário político, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato à Presidência e primeiro colocado em todas as pesquisas de intenção de voto.
Não suficiente, o presidente também criticou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Edson Fachin é o atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e se despede do órgão no próximo mês, quando dará lugar a Alexandre de Moraes na presidência da Corte.
Por conta de suas falas, Bolsonaro passou a impressão para os seus aliados, de acordo com Gerson Camarotti, que o presidente “prega para os convertidos” e se afasta ainda mais do objetivo de reduzir sua rejeição e “furar a bolha” do eleitorado mais ideológico.
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