O presidente eleito da República, Luiz Inácio Lula da Silva, se reunirá, na tarde desta terça-feira (15/11), à porta fechada, com o enviado especial dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry. A informação foi divulgada pela Assessoria de Imprensa do PT, sendo um dos mais importantes encontros bilaterais de Lula na COP27, que acontece em Sharm El Sheikh, no Egito.
Sobre o encontro de Lula
O político americano John Kerry é o enviado dos Estados Unidos para a COP27. Kerry aguarda uma conversa com Lula para determinar a futura assistência dos EUA para os esforços de conservação na Amazônia. No entanto, John Kerry afirmou acreditar que o futuro presidente pressionaria por uma mudança radical na política ambiental do Brasil, com foco particular na proteção da floresta amazônica.
“Estou animado para encontrar com ele”, disse Kerry. Perguntado pela BBC News Brasil se os EUA vão injetar recursos no Fundo Amazônia, ele respondeu: “Vamos analisar… Obviamente eu quero ter a chance de conversar (com Lula), mas estou confiante de que ele vai promover uma completa guinada nas políticas.”
Política ambiental no governo Bolsonaro
Vale ressaltar que, na gestão de Jair Bolsonaro, o Fundo Amazônia, que conta com cerca de US$ 1 bilhão em recursos doados pela Noruega e Alemanha, sofreu prejuízo pela desconfiança dos países em relação à atual política ambiental do Brasil. Além disso, diante do desmatamento recorde nos últimos anos, os Estados Unidos e a União Europeia interromperam as negociações para cooperar na proteção da floresta amazônica.
Busca por cooperação na COP27
Durante a COP27, Kerry se reuniu com a deputada federal eleita Marina Silva, um dos nomes mais cotados para assumir o Ministério do Meio Ambiente.
Marina afirmou que todas as lideranças com quem conversou manifestaram interesse em fortalecer a cooperação com o Brasil. Além disso, a deputada salientou o prestígio do Brasil como o maior país da América Latina, com importante papel na geopolítica, líder na produção de alimentos do planeta e com uma grande cobertura florestal, que por sua vez, reduz a concentração de carbono na atmosfera, que afeta a temperatura em todo o mundo.
“Nas conversas que tive com Alemanha, Reino Unido, Canadá, Noruega, enfim, todos os parceiros têm sinalizado e entendido que o Brasil é o país que pode mudar o paradigma, porque reúne as melhores condições para fazer isso. E as pessoas querem ver o Brasil liderando pelo exemplo.”, disse Marina Silva.
Em suma, durante sua visita ao Egito, há expectativas de que Lula possa propor uma conferência brasileira sobre o clima, visando captar recursos para ações relacionadas à proteção de florestas, proteção contra incêndios, reflorestamento e proteção de territórios indígenas.