A categoria dos caminhoneiros é muito importante para o Brasil, mas nem todo mundo tinha noção do papel deles. Muita gente só percebeu isso em 2018, quando os profissionais decretaram greve e literalmente pararam o Brasil.
De lá pra cá, houve paralisações, mas nenhuma teve o impacto e a adesão de 2018. E muitas pessoas temem que a categoria decrete uma nova paralisação por causa dos desafios enfrentados no país. Mas será que há chances de um novo movimento acontecer em 2022?
A saber, os recorrentes aumentos dos preços dos combustíveis é uma forte razão para que isso aconteça. Em resumo, a Petrobras já elevou o preço do diesel duas vezes neste ano. Aliás, o combustível acumula uma alta expressiva de 47% nas refinarias da Petrobras em 2022.
Já a gasolina sofreu um reajuste de 18,8% em março. Isso quer dizer que a Petrobras não reajusta o combustível há mais de 70 dias, e a expectativa é que isso possa acontecer nos próximos dias.
Inclusive, a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) afirma que a Petrobras vem segurando os preços. Em suma, a estatal segue os valores do mercado internacional, e a gasolina estava com uma defasagem média de 8% na última segunda-feira (23). Em outras palavras, a empresa têm motivos para elevar o preço do combustível, mas não o fez até agora.
Veja o que as entidades dizem sobre isso
De acordo com o assessor-executivo da Confederação Nacional de Transportadores Autônomos (CNTA), Marlon Maués, há poucas chances de ocorrer uma greve dos caminhoneiros em 2022. Ele afirmou que o movimento visto em 2018 ocorreu devido a grandes empresas e transportadoras ligadas ao agronegócio, que usaram os motoristas autônomos para atingir os próprios interesses.
Maués também disse que os caminhoneiros estão mais cientes sobre o repasse dos aumentos do diesel para o preço dos fretes. Aliás, o presidente Jair Bolsonaro alterou a lei sobre o piso do frete pago aos caminhoneiros. Em síntese, a intenção do presidente é congelar os preços dos combustíveis até as eleições.
Da mesma forma, o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, também acredita que há poucas chances de uma paralisação da categoria neste ano.
“Existe uma situação econômica dentro do nosso país totalmente diferente de 2018. Essa é a nossa grande preocupação, porque a classe média e a classe baixa são as que mais sofrem com a questão da economia. Tivemos a pandemia de Covid-19, e agora, a guerra na Ucrânia”, disse.
Por fim, Landim afirmou que diversos caminhoneiros já abandonaram o ramo. A solução tem se voltado ao diálogo com vários setores econômicos para chegar a um equilíbrio. Contudo, ele não descarta uma nova greve se os desafios ficarem ainda maiores no país.
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