Entidades do setor produtivo do Brasil não ficaram felizes com o aumento da taxa Selic nesta quarta-feira (15). Embora o avanço já fosse esperado pelo mercado, algumas entidades fizeram questão de mostrar o descontentamento em relação à nova alta anunciada.
Em resumo, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou nesta quarta a taxa básica de juro da economia pela 11ª vez consecutiva. Com isso, a taxa Selic passou de 12,75% ao ano para 13,25% ao ano, maior patamar desde dezembro de 2016.
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), os juros altos no país inibem a atividade econômica. A entidade afirmou que o aumento da Selic ocorreu em um momento em que a inflação vem desacelerando no país. Por isso, não haveria necessidade de apertar ainda mais a política monetária brasileira.
“Este aumento adicional da taxa de juros no momento é desnecessário para o controle da inflação e trará custos adicionais à economia, como queda do consumo, da produção e do emprego“, afirmou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, em nota.
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Firjan também critica aumento dos juros
Não foi apenas a CNI que não gostou do aumento dos juros no país. Da mesma forma, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) também criticou a decisão tomada pelo Copom. Em resumo, a entidade afirmou que o aumento da taxa Selic não deve ser o único instrumento do BC para controlar a inflação no Brasil.
“A pandemia da covid-19 e posteriormente a guerra na Ucrânia evidenciaram problemas estruturais no mundo todo. O setor produtivo brasileiro ainda convive com os efeitos da alta dos custos de produção e a população sofre com a deterioração da renda”, disse a Firjan em nota.
A saber, a Firjan afirmou que o aumento dos juros no país é duplamente ruim. “Primeiro, porque sacrifica ainda mais a atividade econômica, que já dá claros sinais de fraqueza. Segundo, porque adiciona um fator de alerta no âmbito fiscal ao elevar o custo do endividamento do setor público”.
A entidade alertou para a manutenção da responsabilidade fiscal e pediu ao BC que busque outras formas de conter a inflação. Isso deverá acontecer ao mesmo tempo em que o país mantém uma retomada sustentável do crescimento econômico.
“É preciso manter a responsabilidade fiscal e preservar o atendimento básico das necessidades da população. A federação reafirma que, diante de um cenário de elevada incerteza, é imprescindível uma política monetária mais moderada e que atenda aos desafios de crescimento econômico do país”, destacou a Firjan.
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