Os combustíveis estão cada vez mais caros no Brasil. De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço dos três principais combustíveis do país estão bem mais elevados do que há um ano. E a expectativa é que os altos valores continuem nas próximas semanas.
A saber, o preço médio do litro do diesel disparou 58,1% nos últimos 12 meses. Em resumo, os motoristas pagavam R$ 4,25 por litro, mas hoje em dia precisam gastar R$ 6,72 a cada litro de diesel.
Já a gasolina registrou um avanço de 33% no período. O preço médio do litro passou de R$ 5,43 em meados de abril de 2021 para R$ 7,22 no mesmo período deste ano.
Ambos os combustíveis dispararam devido aos preços internacionais do petróleo. Em suma, a guerra entre Rússia e Ucrânia vem encarecendo diversas commodities, como o petróleo, e esses preços elevados acabam repassados para os seus derivados, como o diesel e a gasolina.
Por sua vez, o etanol está 39,5% mais caro do que há um ano. O preço do litro médio do combustível saltou de R$ 3,76 para R$ 5,24 nos últimos 12 meses. E isso vem acontecendo devido a diversos fatores.
Problemas climáticos e atraso na colheita elevam preço do etanol
Em primeiro lugar, vale destacar que há inúmeros fatores que estão encarecendo o etanol no país. O primeiro deles é a elevação dos preços do diesel e da gasolina. Em síntese, os motoristas do país começam a buscar mais o etanol para fugir dos valores elevados dos outros combustíveis e esse aumento da demanda se reflete na alta dos preços.
Além disso, a safra da cana-de-açúcar começou com atraso neste mês. Segundo especialistas do setor, o número de unidades que fazem a moagem da cana estava quase cinco vezes menor que o habitual na primeira quinzena de abril. Esse atraso acabou reduzindo a disponibilidade de etanol no mercado.
Os altos preços do etanol ainda refletem os problemas climáticos do ano passado, quando as áreas de plantação de cana sofreram com seca e geada. Aliás, o clima adverso também influenciou o desenvolvimento das plantas, bem como a capacidade de serem convertidas em açúcar.
De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), a produção nacional de cana deverá se normalizar até o final de abril. Assim, a oferta de etanol voltará a crescer e se estabilizará no mercado, reduzindo o preço do produto. Contudo, até que isso aconteça, os motoristas do país deverão continuar pagando mais caro para abastecer seus veículos com etanol.
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