O recente conjunto de alterações proposto pelo Governo Federal no Programa Bolsa Família tem gerado considerável debate. No momento, o tópico mais discutido é a afirmação de que somente 16% dos cidadãos brasileiros continuarão a ser beneficiados pelo programa, e essa afirmação é precisa.
Esse panorama tem suscitado preocupações entre milhares de beneficiários. Vamos aprofundar os detalhes a seguir.
Bolsa Família: Apenas 16% dos Beneficiários Continuarão no Programa?
O Bolsa Família é um programa de assistência financeira do Governo Federal destinado a famílias inscritas no Cadastro Único que enfrentam situações de vulnerabilidade, com uma renda per capita mensal inferior a R$ 218,00, sujeitas a requisitos relacionados à saúde e educação.
Recentemente, foi divulgada a informação de que apenas 16% da população brasileira continuará recebendo o benefício, e essa informação é uma representação precisa da realidade. Isso ocorre porque o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) implementou uma nova regulamentação para limitar a inclusão de famílias compostas por apenas um membro no Programa Bolsa Família.
De acordo com essa nova regra, os municípios agora estão limitados a incluir no programa no máximo 16% das famílias unipessoais em relação ao total de beneficiários atendidos. Como resultado dessas mudanças, o acesso ao programa se torna mais restrito para essas famílias, permitindo no máximo 16% delas em relação ao total de beneficiários atendidos no município.
Regras já em Vigor
Essas novas regulamentações entraram em vigor a partir deste mês de setembro, o que significa que o município não poderá cadastrar novas famílias unipessoais se 16% dos beneficiários naquela cidade já forem compostos por uma única pessoa.
A medida visa corrigir distorções que ocorreram entre outubro de 2021 e dezembro de 2022, quando o número de famílias unipessoais aumentou significativamente.
Em comunicado, o MDS esclareceu que enquanto o município tiver uma taxa igual ou superior a 16% de famílias unipessoais no Programa Bolsa Família, ele fica impedido de incluir novas famílias unipessoais na folha de pagamento.
É importante destacar que a portaria prevê exceções a essas regras. Em resumo, essas exceções se aplicam a famílias que tenham membros envolvidos em situações de trabalho infantil, que foram resgatados de situações análogas à escravidão, pertencentes a comunidades quilombolas, indígenas, famílias com membros que atuam como catadores de materiais recicláveis e aqueles em situação de rua.
Nesses casos, análises individuais serão conduzidas, e essas famílias não estarão sujeitas à limitação de 16% estabelecida.
Calendário Confirmado: Saiba Quando Você Irá Receber em Setembro
Os beneficiários do Programa Bolsa Família já podem se preparar para receber os pagamentos referentes ao mês de setembro, conforme o calendário oficial do programa.
Os repasses terão início em 18 de setembro, e a previsão de conclusão está marcada para 29 de setembro. As datas de depósito variam de acordo com o último dígito do Número de Identificação Social (NIS) de cada beneficiário.
A seguir, as datas:
- NIS final 1: 18 de setembro;
- NIS final 2: 19 de setembro;
- NIS final 3: 20 de setembro;
- NIS final 4: 21 de setembro;
- NIS final 5: 22 de setembro;
- NIS final 6: 25 de setembro;
- NIS final 7: 26 de setembro;
- NIS final 8: 27 de setembro;
- NIS final 9: 28 de setembro;
- NIS final 0: 29 de setembro.
Qual será o Valor do Bolsa Família em 2024? Entenda as Mudanças
Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou uma alteração na faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). No entanto, ele não fez modificações no restante da tabela.
Paralelamente, o Governo Federal determinou que o valor mínimo do Bolsa Família em 2024 será de R$ 600, com a possibilidade de um acréscimo de até R$ 200 em forma de bônus.
Quanto ao imposto anual, o plano do governo é aumentar gradualmente a isenção, com o objetivo de alcançar R$ 5 mil até o final do mandato, além de efetuar ajustes no Imposto de Renda durante a segunda fase da reforma tributária.
A falta de alocação de recursos no orçamento sugere que, se o governo decidir seguir essa direção durante o ano, precisará adotar medidas fiscais compensatórias para viabilizar uma revisão mais abrangente na tabela do IRPF.
É importante observar que, além da tabela do IRPF, o Orçamento de 2024 não prevê espaço para reajustes no valor pago pelo Programa Bolsa Família. Atualmente, o programa concede um valor mínimo de R$ 600 por família, com acréscimos variáveis de acordo com a composição familiar.
Governo Federal Propõe Reajuste Anual no Bolsa Família
Em março deste ano, o presidente Lula anunciou a reformulação do Programa Bolsa Família em um novo formato. Ele afirmou sua intenção de realizar correções anuais no valor do benefício, em um processo semelhante ao que ocorre com o salário mínimo nacional. Nesse contexto, destaca-se o Projeto de Lei nº 585/23.
Esse projeto propõe, essencialmente, a atualização anual dos montantes pagos pelo Programa Bolsa Família. Ele está sob análise na Câmara dos Deputados. Além disso, pode se aplicar a qualquer programa de transferência de renda que possa substituir o benefício atual no futuro.
Conforme a proposta, os benefícios concedidos pelo governo devem ser reajustados anualmente com base na inflação acumulada nos 12 meses anteriores.
Além disso, se o Produto Interno Bruto (PIB) apresentar crescimento positivo no ano anterior, será possível um aumento real, correspondente à mesma taxa de crescimento da economia.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para calcular o reajuste com base na inflação. Adotar-se-á a maior variação acumulada entre os dois indicadores durante o período especificado.