Na última quarta-feira (1º), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou a investigação de um caso suspeito da doença vaca louca em Minas Gerais. Neste sábado (4), a pasta confirmou as suspeitas e informou que outro caso da doença também foi confirmado em Mato Grosso. Por isso, suspendeu temporariamente as exportações de carne bovina para a China, maior parceiro comercial do Brasil no setor.
Em resumo, o Brasil realiza procedimentos de vigilância, investigação e notificações recomendadas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês). Devido ao protocolo sanitário entre o Brasil e a China, o Mapa suspendeu as exportações para o país asiático por causa da detecção da doença.
Toda essa movimentação acontece devido aos riscos que uma vaca doente pode representar. Em suma, o nome científico da doença da vaca louca é Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB). A enfermidade é fatal e geralmente acomete bovinos de idade mais avançada, degenerando o sistema nervoso.
Veja o que provoca a doença na vaca
Em suma, o que gera a doença na vaca é uma proteína infecciosa chamada príon. Aliás, o príon está presente no cérebro de diversos mamíferos, inclusive o do ser humano. No entanto, a proteína pode se multiplicar demasiadamente, de maneira anormal. Nesse caso, o príon mata os neurônios e deixa buracos brancos em seus lugares no cérebro.
A doença pode ocorrer de maneira atípica, quando o animal tem uma idade muito avançada e o príon acaba sofrendo mutação. Contudo, o animal pode apresentar a doença através do consumo de rações contaminadas. Em ambos os casos, não há indícios de transmissão entre as vacas, mas a determinação ao produtor é abater o animal doente e incinerar seu corpo.
De acordo com o Mapa, o Brasil é considerado um país de “risco insignificante para doença”. A propósito, nem mesmo os dois casos confirmados neste sábado mudam o status do país. “A OIE exclui a ocorrência de casos de EEB atípica para efeitos do reconhecimento do status oficial de risco do país”, disse o ministério.
“Desta forma, o Brasil mantém sua classificação como país de risco insignificante para a doença, não justificando qualquer impacto no comércio de animais e seus produtos e subprodutos“, ressaltou o Mapa. A saber, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) informou que o frigorífico de Belo Horizonte foi interditado.
Riscos ao ser humano
A doença acomete as vacas, mas o ser humano também pode desenvolver o príon infeccioso. Da mesma forma que acontece com o gado, a doença pode surgir nos humanos de maneira espontânea ou pelo consumo de carne bovina contaminada com a doença da vaca louca.
Em síntese, a doença pode causar perda de memória, depressão, perda visual e insônia nos humanos. Em alguns casos, a doença pode demorar anos para se manifestar. Quando é identificado, o paciente recebe tratamento com antivirais e corticoides. Entretanto, cerca de 90% dos indivíduos morrem no período de um ano por causa da doença.
Por fim, o Ministério da Saúde afirma que não há indícios de transmissão entre os humanos, com exceção de contato com sangue do paciente contaminado. A propósito, o diagnóstico acontece através de exame laboratorial.
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