A carne bovina faz parte das refeições de muitas famílias no Brasil. No entanto, a proteína vem saindo gradativamente da dieta de muitos deles devido aos preços elevados. E nem mesmo a queda registrada nos últimos meses nas exportações da carne brasileira fez os valores do produto recuarem.
Em resumo, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) suspendeu os envios da carne bovina brasileira à China no início de setembro. Isso ocorreu devido à notificação de dois casos atípicos do mal da vaca louca no país. E a suspensão segue até hoje, afetando fortemente todo o setor produtivo nacional.
A saber, a China, juntamente à cidade estado Hong Kong, concentra por 55% de toda a carne brasileira exportada para o exterior. Com a suspensão dos envios ao país asiático, as exportações brasileiras despencaram em outubro e novembro. No entanto, nem mesmo isso fez os preços da carne bovina ficarem mais baratos para os brasileiros.
Entenda as razões para a carne bovina continuar cara
Em primeiro lugar, o que explica a pouca diferença dos preços para o mercado interno é a autorização do Mapa para os produtores armazenarem por até 60 dias a proteína. A propósito, esse armazenamento pode ser feito em contêineres, expandindo as oportunidades para os produtores, uma vez que a legislação sanitária atual só permitia isso em câmaras frias.
Aliás, essa decisão se refere apenas à produção de antes do bloqueio dos envios à China, em 4 de setembro. Dessa forma, a indústria conseguiu manter o produto estocado. Ao mesmo tempo, não se viu obrigada a disponibilizar o excedente de carne para o mercado interno, uma vez que as exportações estavam em baixa.
Além disso, a China liberou a importação da carne bovina brasileira, mas apenas os lotes certificados antes do embargo do dia 4 de setembro. Esse sinal de flexibilização animou os produtores, que acreditam que a liberação total está mais próxima de ocorrer. Nesse tempo, a indústria segue organizando seus estoques da proteína.
Especialistas também explicam que muitos supermercados aproveitaram para comprar a carne mais barata em outubro. A saber, os preços da proteína caíram mais para os produtores e menos para os consumidores. E estes estabelecimentos estão gastando mais para estocar a carne.
Assim, os valores acabam repassados para o consumidor brasileiro. Por isso que os preços no mercado interno não se mostram menores do que no início de setembro, quando as exportações ainda estavam em alta.
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