No último domingo, o segundo turno das eleições francesas foi definido, sendo composto pelo atual presidente Emmanuel Macron e Marine Le Pen, uma candidata da extrema-direita francesa. Contudo, o apoio que Marine Le Pen tem recebido, até então, tem causado preocupação à União Europeia.
Em relação à União Europeia, há uma preocupação, caso Marine Le Pen vença, de iniciar um processo de saída da França do grupo econômico, o “Frexit”, movimento similar ao que aconteceu com o Reino Unido há alguns anos.
Inclusive, nas eleições de 2017, a candidata da extrema-direita francesa havia afirmado que, caso ganhasse as eleições, iria convocar um referendo para iniciar o processo do “Frexit”. Embora atualmente Le Pen afirme que não tem mais essa pretensão, ela insiste que as leis francesas estejam acima das regras do bloco, desafiando o tribunal superior da União Europeia.
Além disso, em outras declarações, Le Pen também deixou claro suas aversões ao bloco. Embora ela tenha dito que “ninguém é contra a Europa”, ela afirma que a França precisa diminuir o pagamento das contribuições ao bloco e que o Brexit representou a diminuição da burocracia para o Reino Unido.
Embora o discurso de Le Pen tenha sido suavizado, Emmanuel Macron acusa a candidata de querer realmente sair da União Europeia. Segundo ele “ela quer abandonar, mas não tem coragem para o dizer”. A princípio, afirmar querer um “Frexit”, pode custar valiosos votos para Marine Le Pen.
União Europeia e Otan preocupadas com posicionamento de Le Pen em relação à Rússia
Um outro ponto que tem preocupado tanto o bloco europeu quanto a Otan é a postura que Marine Le Pen possui em relação à Rússia. Como foi amplamente divulgado, tanto a União Europeia, quanto os EUA e diversos outros países aplicaram severas sanções à Rússia devido à invasão sobre a Ucrânia.
Le Pen é contra as sanções aplicadas a Rússia, ela acredita que às restrições impostas, principalmente aos insumos energéticos da Rússia, pode ter consequências negativas ao povo francês, onde ela inclusive sugeriu que a França se retirasse do mercado energético europeu, visto que é muito menos dependente do óleo e gás provenientes da Rússia do que outros países da União Europeia.
A candidata da extrema-direita francesa também é fortemente contra a participação da França na Otan. Segundo ela, é claramente uma “submissão” aos Estados Unidos. Caso seja eleita, ela pretende reduzir a presença da França na organização, retirando tropas francesas de seu comando.
Dessa forma, caso haja vitória de Marine Le Pen, tanto Otan quanto União Europeia vão amargar importante derrota. O segundo turno está marcado para o dia 24 de abril e ambas as organizações esperam que as urnas indiquem a vitória e reeleição de Emmanuel Macron, garantindo sua integridade, bem como a diminuição do avanço da extrema-direita no continente europeu.