A pandemia da Covid-19 afundou o mundo em tempos sombrios. A crise sanitária ainda está longe de acabar, mas a atividade econômica global se esforça para se recuperar. E uma das maneira de impulsionar isso é aumentando o comércio entre os países. No entanto, diversos problemas impedem isso, principalmente o transporte de mercadorias através de contêineres.
Em resumo, a pandemia fez o setor reduzir drasticamente a produção de contêineres, uma vez que a demanda também afundou. Agora, com a retomada econômica, a capacidade de atender todos os pedidos está completamente enfraquecida. E o resultado é a escassez de contêineres em todo o planeta.
Além de uma produção mais fraca e uma demanda fortalecida, há outros problemas que pioram o cenário para o Brasil. Como os portos dos Estados Unidos, Ásia e Europa são mais rentáveis que o de outros países, como o Brasil, os navios acabam seguindo para longe daqui.
Contudo, não são apenas os portos menores que estão sofrendo. Em suma, os grandes portos exportadores enfrentam imposições de quarentena a navios para evitar a transmissão da Covid-19. Essa espera reduz os rendimentos, porque, enquanto muitos navios cumprem a quarentena, outros tantos aguardam sua vez para atracar nos portos.
Outro problema enfrentado pelos armadores é a falta de estrutura em diversos portos para atender à alta demanda. Solicitações de contratação de fornecedores também afeta o rendimento, visto que os navios não estão funcionando com o seu potencial máximo. Tudo isso sem contar com os imprevistos, como o do Canal de Suez.
Veja como todos estes problemas afetam os mercados
Em primeiro lugar, estes desafios aumentam o prazo das viagens. A espera para atracar nos portos, as imposições de quarentena, a escassez de contêineres, tudo faz o tempo das viagens crescer. E tempo é literalmente dinheiro.
Por falar nisso, uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em julho revelou que, entre 128 empresas pesquisadas, 70% afirmaram que a escassez de contêineres e a falta de navios fez mais da metade das viagens programadas serem canceladas ou suspensas.
O levantamento da CNI também mostrou que o preço do transporte nos portos chegou a subir até 5 vezes no período, dependendo da rota. Por contêiner, o valor disparou de US$ 2 mil para US$ 10 mil. Aliás, o agronegócio brasileiro vem enfrentando muitos desafios nos últimos tempos por causa disso.
Por fim, a expectativa é que os preços mais caros pagos pelas empresas acabaram seguindo para os consumidores finais. No Brasil, a situação já está crítica, com inflação elevada, juros crescendo e economia perdendo fôlego. Mas, como diz o ditado, nada está tão ruim que não possa piorar.
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