A enfermeira Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva afirmou ter emprestado sua senha ao então secretário municipal de governo de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha, para que ele pudesse excluir os registros de vacinação contra a Covid-19 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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Essa informação foi revelada neste domingo (14) pelo jornal “Folha de São Paulo”, que revelou que a enfermeira prestou depoimento à Polícia Federal (PF), que hoje investiga um grupo acusado de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
Segundo as investigações da Polícia Federal, os sistemas do Ministério da Saúde indicam que duas doses de vacinas contra Covid-19 teriam sido aplicadas em Jair Bolsonaro. Esses dados, conforme a corporação, foram inseridos no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações em dezembro de 2022 por João Brecha.
De acordo com a enfermeira, ela foi procurada pelo secretário municipal de governo, mas não recebeu informações sobre quais registros seriam excluídos. Isso, relatou ela, sob a justificativa de não “envolvê-la em problemas, uma vez que se tratavam de pessoas relevantes e conhecidas”.
Por conta do pedido, ela emprestou a senha, pois disse que acreditava que essa exclusão dos registros seria “idônea” e disse não ter visto “qualquer má-fé” no pedido. Além disso, a enfermeira também afirmou que passou a ajudar João Brecha após a solicitação de sua chefe, a secretária de Saúde, Célia Serrano.
Operação da Polícia Federal
De acordo com as investigações da Polícia Federal, os suspeitos forjaram dados dos cartões do hoje ex-presidente Jair Bolsonaro, da filha do ex-chefe do Executivo, hoje com 12 anos, do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, da esposa e da filha dele, que não tiveram seus nomes revelados.
Essa suposta falsificação, apurou a Polícia Federal, teve como objetivo garantir a entrada de Bolsonaro, familiares e de seus auxiliares próximos nos Estados Unidos, burlando, desta forma, a regra de vacinação obrigatória imposta pelo país em questão.
Recentemente, Bolsonaro disse que “não houve adulteração” da sua parte. Na operação, foram seis pessoas presas, sendo elas:
- Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro;
- O sargento Luis Marcos dos Reis, que era da equipe de Mauro Cid;
- O ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros;
- O policial militar Max Guilherme, que atuou na segurança presidencial;
- O militar do Exército Sérgio Cordeiro, que também atuava na proteção pessoal de Bolsonaro;
- O secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.
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