Enquanto o Brasil sofre com a maior crise hídrica dos últimos 91 anos na região das hidrelétricas, a energia solar dispara no país. A saber, o país atingiu uma marca histórica ao passar da marca de 10 gigawatts (GW) de potência operacional da fonte solar fotovoltaica.
Em resumo, esses dados se referem a usinas de grande porte, bem como a pequenos e médios sistemas instalados em telhados, fachadas e terrenos. A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) divulgou estes dados na última terça-feira (24).
O resultado se mostra bastante expressivo por diversos motivos. O primeiro é que os sistemas fotovoltaicos instalados no Brasil já correspondem a mais de 70% da potência da usina hidrelétrica de Itaipu. A propósito, esta é a segunda maior hidrelétrica do mundo e a maior da América Latina.
“Isso reforça o papel estratégico da tecnologia no suprimento de eletricidade no país, fundamental para a retomada do crescimento econômico nacional”, destacou a Absolar. Aliás, a instalação de placas solares disparou 50% no primeiro semestre deste ano.
Além disso, o aumento dos sistemas instalados no Brasil fizeram o país saltar para a 14ª posição no ranking mundial de capacidade instalada de energia solar acima de 10 gigawatts (GW). Assim, o Brasil figura como o único país da América Latina no top 15 do ranking feito pela Agência Internacional parta Energia Renováveis (Irena).
Nesse caso, a China tinha uma capacidade instalada em 2020 de 253,8 GW. Na sequência, ficaram os Estados Unidos (73,8 GW), Japão (68,6 GW), Alemanha (53,7 GW) e Índia (38,9 GW).
Geração da energia solar por telhados se destaca no país
De acordo com a Absolar, as usinas solares figuram como a sétima maior fonte de geração de energia do Brasil. Em suma, os empreendimentos estão localizados em nove estados: Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte (Nordeste), Minas Gerais e São Paulo (Sudeste) e Tocantins (Centro-Oeste).
A saber, este segmento de geração centralizada gera 3,5 GW de potência instalada em usinas solares fotovoltaicas, o que corresponde a 1,9% da matriz elétrica do país. Por sua vez, o segmento de geração própria de energia atinge 6,5 GW de potência instalada.
“Ao somar as capacidades instaladas das grandes usinas e da geração própria de energia solar, a fonte solar ocupa, agora, o quinto lugar na matriz elétrica brasileira. Recentemente, a solar ultrapassou a potência instalada de termelétricas movidas a petróleo e outros fósseis, que representam 9,1 GW da matriz elétrica brasileira”, afirmou a Absolar.
Por fim, a associação ressalta que a energia solar já trouxe mais de R$ 52,7 bilhões em novos investimentos ao Brasil desde 2012. Ao mesmo tempo, a fonte solar evitou a emissão de 10,7 milhões de toneladas de CO2, resultantes da geração de eletricidade por termelétricas, por exemplo.
“As usinas solares de grande porte geram eletricidade a preços até dez vezes menores do que as termelétricas fósseis emergenciais ou a energia elétrica importada de países vizinhos atualmente, duas das principais responsáveis pelo aumento tarifário sobre os consumidores”, explicou o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia.
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