Na segunda-feira (15), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano teria a cara do governo, o que acendeu, ainda mais, as discussões sobre uma suposta interferência na prova. Ao ser questionado sobre o tema, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, confirmou que o exame terá a cara do governo, mas em outro aspecto, sem envolver uma suposta interferência, de fato.
“Terá a cara do governo, mas no sentido de competência, honestidade e seriedade”, disse ele, que afirmou que essa é a cara do governo atual. “Não temos nenhum ministro preso, nenhum caso de corrupção. Isso é importante”, afirmou.
A declaração de Milton Ribeiro aconteceu durante sua ida à Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Ele esteve no local por iniciativa própria, logo após os deputados aprovarem um requerimento para ouvi-lo por conta da crise no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que viu 37 de seus servidores saírem do órgão.
Muitos destes servidores saíram, de acordo com informações publicadas na sexta (12) pelo portal “G1”, por supostas tentativas de interferência nas questões do Enem. Segundo essas pessoas, elas sofreram pressão psicológica e foram vigiadas para que não colocassem temas polêmicos, que eventualmente incomodariam a gestão do presidente Bolsonaro.
Ministro nega interferência ideológica no Enem
A presença de Milton Ribeiro à Câmara, segundo ele, aconteceu porque ele viajará amanhã e não conseguiria ir ao local antes da aplicação do Enem, que acontecerá nos dois próximos domingos: 21 e 28 deste mês.
No local, ele afirmou que não houve nenhum tipo de interferência ideológica na montagem da prova. “Em nenhum momento, houve interferência na qualidade ou na quantidade [de perguntas]. As questões fazem parte de um banco preparado [Banco Nacional de Itens] já em outras gestões”, disse.
Assim como ele, o presidente do Inep, Danilo Dupas Ribeiro, também esteve no encontro e afirmou serem inverídicas as afirmações de que houve interferência na elaboração das questões do exame nacional. “Não houve interferência alguma do Palácio do Planalto, não houve. A cara do nosso governo, no caso da nossa gestão, no caso do senhor ministro Milton Ribeiro, é seriedade e transparência”, afirmou ele.
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