A endometriose afeta cerca de 10% da população feminina brasileira, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A doença é mais frequente entre mulheres de 25 a 35 anos de idade. Ela é causada por uma infecção ou lesão decorrente do acúmulo, em outras partes do corpo, das células que recobrem a parte interna do útero (o endométrio) e que são eliminadas com a menstruação.
Como as chamadas células endometriais são regularmente expelidas junto com o fluxo menstrual, seguem se acumulando fora da cavidade uterina. Isso acontece principalmente nas regiões da bexiga, ovários, tubas uterinas e intestino. Nos casos mais graves, podem formar nódulos que, se não forem tratados a tempo, tendem a afetar o funcionamento de outros órgãos.
Demora no diagnóstico da endometriose
Segundo a vice-presidente da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE), Helizabet Salomão Ayrosa Ribeiro, a demora do diagnóstico da doença é comum. Porém, ela costuma estar associada ao fato de muitas mulheres, mesmo sofrendo, protelarem a ida ao médico, por acreditarem que as cólicas menstruais são naturais.
Ainda segundo ela, há alguns ginecologistas que também subestimam as queixas das pacientes. Com isso, deixam de encaminhá-las para realizar exames mais detalhados.
Além da cólica intensa que, em muitos casos, se torna debilitante, a doença costuma estar associada a outros sintomas. Por exemplo: uma dor profunda na vagina ou na pelve, durante a relação sexual, ou a uma dor pélvica contínua, mesmo que não relacionada à menstruação. Além disso, sintomas comuns são a prisão de ventre ou a diarreia durante o período menstrual e a dor ao evacuar ou urinar.
Contudo, a maioria dos casos é diagnosticada quando a paciente procura um especialista devido à dificuldade de engravidar – o que pode ser uma das consequências da endometriose.
SUS
No Mês Mundial de Conscientização sobre a Endometriose, a campanha Março Amarelo alerta para a doença.Segundo o Ministério da Saúde, o número de casos da doença registrados no ano passado ainda está sendo apurado. Porém, sabe-se que foram ao menos 6.531 internações devido a problemas relacionados à endometriose.
Desde julho de 2016, as secretarias de Saúde dos estados, municípios e do Distrito Federal devem oferecer os tratamentos médicos estabelecidos no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Endometriose. O documento reúne os critérios de diagnóstico e de tratamento, bem como os mecanismos de regulação, controle e avaliação da doença em todo o país.
Informações: Agência Brasil