O número de brasileiros endividados crescem em dezembro, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Aliás, alta interrompe uma sequência de três meses de queda, de setembro a novembro do ano passado. Em suma, o percentual passou (p.p.) de 66,0%, em novembro, para 66,3%, em dezembro. Ou seja, houve um leve avanço de 0,3 ponto percentual. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira, dia 6.
De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o crédito deve ganhar espaço em 2020, contribuindo para a retomada econômica do país. “É importante não somente seguir ampliando o acesso aos recursos com custos mais baixos, mas também alongar os prazos de pagamento das dívidas para mitigar o risco da inadimplência no sistema financeiro”, afirmou o presidente da CNC. Ele lembrou que boa parte do crédito disponibilizado durante o ano de 2020 aconteceu com carência, devido a pandemia da Covid-19. Com isso, o vencimento de tais operações deve começar no início deste ano.
A saber, a dívida com cartão de crédito alcançou 79,4% das famílias brasileiras. Por faixa de renda, 80,2% das famílias que recebem até dez salários mínimos estão endividadas, enquanto 76,4% daquelas que possuem renda familiar superior a 10 salários mínimos possuem dívidas no cartão de crédito. Na sequência, vieram carnês de loja (16,5%), financiamento de veículos (10,2%), financiamento de imóvel (9,3%), crédito pessoal (7,6%) e crédito consignado e cheque especial, ambos com 5,5%.
Inadimplência dos brasileiros segue em queda
Além disso, a quantidade de famílias com alguma dívida ou conta atrasada recuou pela quarta vez seguida. O nível passou de 25,7%, em novembro, para 25,2%, em dezembro de 2020. Contudo, na comparação com o mesmo mês de 2019, houve um aumento de 0,7 p.p.
Ao mesmo tempo, a parcela das famílias que afirmaram não ter condições de pagar as contas ou dívidas em atraso caiu novamente, de 11,5% para 11,2% no mês. Em resumo, o indicador alcançou uma marca menor em dezembro de 2019 (10%).
Por fim, o levantamento mostrou o endividamento por categorias. As famílias que afirmaram estar muito endividadas passou de 14,1%, em novembro, para 14,0%, em dezembro. Já a parcela das que disseram estar mais ou menos endividadas teve leve alta de 24,0% para 24,1% entre os anos. Aquelas que estão pouco endividadas passaram de 27,9% para 28,2%, enquanto as famílias que não possuem dívidas desse tipo caiu de 33,8% para 33,6% entre dezembro de 2019 e 2020.
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