Após fechar o ano com o maior patamar de endividamento da história, o Brasil voltou a registrar queda no número de endividados. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), esse é o primeiro recuo após 13 meses consecutivos de alta.
A saber, 76,1% das famílias do país estavam endividadas no primeiro mês deste ano. Esse é o segundo maior nível já registrado pela série histórica iniciada em 2010, atrás apenas do nível de dezembro de 2021 (76,3%).
Aliás, o endividamento no país bateu recorde em maio do ano passado, atingindo 68% das famílias. Nos meses seguintes, a taxa só fez crescer, renovando as máximas a cada atualização: junho (69,7%), julho (71,4%), agosto (72,9%), setembro (74,0%), outubro (74,6%) e novembro (75,6%). E isso só parou em janeiro deste ano.
A CNC divulgou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) nesta segunda-feira (7). A propósito, na comparação com janeiro de 2021, o índice ficou 9,6 p.p. mais elevado, visto que à época estava em 66,5%.
Inadimplência avança em janeiro
Embora o endividamento tenha recuado no mês, o percentual de famílias inadimplentes avançou no período. Em janeiro, a taxa teve uma leve alta de 26,2% para 26,4%, maior nível desde agosto de 2020. A taxa também superou o nível registrado em janeiro de 2021 (24,8%).
De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a queda no endividamento ainda não pode ser comemorada. Em suma, o nível de famílias endividadas ainda segue bastante elevado no país. Aliás, o recuo só ocorreu devido ao aumento dos juros, que também é algo negativo para o consumo.
“O endividamento segue em patamar elevado, e essa redução é reflexo de um cenário desfavorável, em que o encarecimento do crédito pelos juros mais altos afeta a dinâmica de contratação de dívidas dos consumidores”, disse Tadros.
A CNC também revelou que a dívida com cartão de crédito encerrou o mês atingindo 87,1% das famílias do país. Em seguida, ficaram os carnês de loja (20,7%), financiamento de carro (12,1%), financiamento de casa (9,6%), crédito pessoal (9,3%), crédito consignado (6,4%) e cheque especial (5,5%).
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