O Banco Central (BC) revelou nesta terça-feira (28) que o endividamento das famílias com o setor bancário bateu novo recorde em setembro deste ano. De acordo com o levantamento, a taxa avançou 0,7 ponto percentual (p.p.) na comparação com agosto e somou 49,4% da renda acumulada nos últimos 12 meses.
A saber, esse é o 12º avanço mensal consecutivo. Aliás, a última queda ocorreu em setembro de 2020, quando a taxa passou de 42,4% para 41,3%, número 8,1 p.p. menor que o do mesmo mês de 2021. De lá pra cá, o nível de endividamento das famílias só fez crescer. Já em relação aos recordes, as taxas vêm alcançando novas máximas históricas desde junho deste ano.
Além disso, o BC também revelou que o valor médio gasto pelos brasileiros no pagamento do serviço de dívidas chegou a 26,2%. Isso corresponde a um aumento de 0,5 ponto em setembro e de 1,7 ponto no ano. Ambos os índices são os mais elevados já registrados pela série histórica iniciada em 2005.
Segundo o chefe-adjunto do departamento de Estatísticas do BC, Renato Baldini, esses dados não são necessariamente ruins. “A elevação pode refletir a expansão imobiliária, por exemplo. Uma família que sai de um apartamento alugado para um financiado passa a ter maior endividamento, mas a situação financeira dela pode ser considerada mais saudável”, disse.
Entenda a mudança na metodologia do BC
Vale destacar que esses números foram alcançados através de uma nova metodologia utilizada pelo BC. Em resumo, a mudança ocorreu em dezembro deste ano. Agora, o cálculo de estatísticas de endividamento das famílias brasileiras considera os recursos recebidos de maneira extraordinária pelas famílias.
Nesse caso, o saque emergencial do FGTS em 2019 e o auxílio emergencial em 2020 e 2021 entraram no cálculo. Por outro lado, o levantamento exclui rendas de aluguéis, bem como rendas distribuídas das empresas para as famílias e rendas de investimentos.
Por fim, o BC revelou que os valores divulgados com essa nova metodologia são inferiores aos da série anterior. Contudo, a entidade financeira afirma que as trajetórias no longo prazo continuam praticamente as mesmas.
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