O empréstimo consignado do Auxílio Brasil, atual consignado do Bolsa Família, entrou em vigor em outubro do ano passado. O resultado, segundo as estatísticas, é que cerca de 104 mil pessoas deixaram o programa e agora precisam pagar um boleto a mais no mês. Isso porque o valor, que era descontado do pagamento, agora é cobrado diretamente pelos bancos.
Ao todo, já foram mais de 1 milhão de pessoas retiradas do Bolsa Família, após o início do pente fino do Governo Federal. Vale lembrar que, com o pagamento feito diretamente ao banco, especialistas dizem que crescem as chances de inadimplência, que já é alta no país.
O histórico do consignado do Bolsa Família
O empréstimo consignado dos benefícios sociais começou em outubro do ano passado, quando o Bolsa Família ainda era o Auxílio Brasil. Para alguns, a medida foi uma forma de Bolsonaro comprar votos, para outros, a modalidade inseriu milhões de brasileiros no sistema bancário. Contudo, os dados mostram que 104 mil pessoas saíram do benefício com um empréstimo a pagar.
Isso porque essas pessoas foram retiradas do Bolsa Família por inconsistências de cadastro ou renda. Vale lembrar que o Governo Federal está fazendo um pente fino. Ao todo, 1,4 milhão de pessoas deixaram de receber os valores. Apesar disso, mesmo com o programa cancelado, as pessoas ainda precisam pagar as parcelas. Contudo, em vez de o governo descontar o valor diretamente na folha, agora os brasileiros precisam pagar um boleto mensalmente.
Além disso, o Governo Federal mudou as regras. Segundo as anteriores, o desconto mensal máximo era de R$ 160. Agora, o valor ficou bem menor, como veremos a seguir. Além disso, estimativas apontam que o valor perdido pelos bancos pode chegar a R$ 200 milhões, caso todas as 104 mil pessoas deixem de pagar as parcelas.
Por fim, especialistas dizem que novas exclusões podem acontecer durante o ano, o que aumentará ainda mais essas estimativas.
As novas regras
O consignado do Bolsa Família passou a ter novas regras, depois que o atual governo anunciou mudanças. Para especialistas, a modalidade ficará ainda mais restrita, já que os valores contratados são baixos, em relação ao valor anterior.
Isso porque o valor máximo de desconto saiu de R$ 160 para R$ 30 mensais. Além disso, houve mudanças na taxa de juros. Antes, a alíquota máxima cobrada era de 3,5%, considerada uma taxa muito alta. Agora, o governo mudou para 2,5% os juros máximos do consignado do Bolsa Família. Por fim, o número de parcelas também caiu. Isso porque anteriormente o banco poderia cobrar até 24 parcelas. Contudo, agora o valor caiu para 6 parcelas mensais e sucessivas.
Apesar das mudanças, nada muda para quem já tem o empréstimo anterior em andamento. Dessa forma, as regras do consignado do Bolsa Família valem apenas para novas contratações, que podem ser feitas apenas por quem não tem empréstimos em andamento.