As empresas brasileiras não conseguiram apresentar um desempenho robusto no mercado internacional em janeiro deste ano. A saber, as companhias captaram apenas US$ 4,2 bilhões no mercado externo nas primeiras semanas de 2022.
Em resumo, esse valor está 44% menor que o captado no mesmo período de 2021 (U$ 7,5 bilhões), quando houve 13 ofertas de bônus no mercado internacional. O montante também é o menor desde 2020, quando dez ofertas levantaram US$ 6,9 bilhões. Aliás, esse valor se refere à emissão de títulos de dívida pelas empresas.
As captações nesta primeira temporada de 2022 chegam ao fim nesta semana. Inclusive, este também é o prazo para as empresas apresentarem os balanços relativos ao terceiro trimestre de 2021 aos investidores. Assim, poderão acessar o mercado.
Alta de juros nos EUA prejudica captação das empresas
De acordo com a Anbima, as empresas brasileiras estão sofrendo com a disparada dos juros a longo prazo nos Estados Unidos. Esse cenário reflete a perspectiva em relação ao Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, que começará a elevar a taxa básica de juros do país em março.
Em síntese, a volatilidade do mercado acaba deixando o investidor mais seletivo. Dessa forma, reduz a disposição dos operadores para investirem em mercados emergentes, como o Brasil. E isso também acontece por causa dos riscos em relação às questões políticas e fiscais apresentados pelos países.
A saber, os bancos de investimentos estimavam que 15 empresas planejavam captar recursos no exterior nestas primeiras semanas de 2022. Contudo, apenas sete concluíram a operação, ou seja, menos da metade do esperado.
Por fim, vale destacar que o cenário em 2022 pode melhorar. Segundo Rodrigo Fittipaldi, chefe da área de emissões de renda fixa do Credit Suisse, há seis operações na fila para a próxima safra, cuja abertura ocorre no final de março. Em suma, estas empresas possuem boa classificação de risco, segundo Fittipaldi.
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