Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre) divulgou nesta terça-feira (26) os dados mais recentes do Índice de Confiança da Construção (ICST). A saber, o indicador mostra o grau de otimismo e pessimismo dos empresários do setor do país. E o resultado deste mês ainda está negativo.
Em abril, o ICST subiu 4,8 pontos, para 97,7 pontos, maior nível desde janeiro de 2014 (97,8 pontos). Embora o avanço tenha sido expressivo e tenha alcançado o maior patamar dos últimos anos, a confiança dos empresários da construção segue abaixo da marca dos 100 pontos.
Em resumo, pontuações acima desta faixa representam otimismo, enquanto taxas inferiores a 100 pontos correspondem a pessimismo. Isso quer dizer que os empresários da construção civil do país estão levemente pessimistas, mas a situação é a melhor dos últimos oito anos.
“Em abril, houve um salto das expectativas dos empresários da construção, passando a indicar uma percepção de otimismo. Desde setembro do ano passado, a percepção em relação aos próximos meses oscila entre altos e baixos, o que sinaliza a dificuldade das empresas em visualizar a direção dos negócios no contexto atual, de muitas incertezas“, disse Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV/Ibre.
Empresários estão otimistas com o futuro
De acordo com o levantamento, o ICST teve um forte avanço em abril graças às expectativas em relação ao futuro. Em suma, o Índice de Situação Atual (ISA-CST) subiu 2,4 pontos no mês, para 94,4 pontos, ou seja, o sentimento sobre o presente ainda é de pessimismo. Aliás, todos os indicadores sobre a situação atual estão abaixo de 100 pontos.
Contudo, o Índice de Expectativas (IE-CST) saltou 7,1 pontos, para 101,0 pontos. Isso quer dizer que os empresários estão otimistas com o futuro. Os destaques do mês foram os indicadores que medem a tendência dos negócios nos próximos seis meses (+8,7 pontos) e a demanda nos próximos três meses (+5,5 pontos).
“Deve-se notar que o Índice de Confiança, mesmo com a alta mensal de seus dois componentes, ainda mostra uma percepção de pessimismo moderado. De todo modo, o saldo consolidado é positivo – houve melhora da confiança no ano, o que vai ao encontro das projeções de crescimento da atividade em 2022”, disse Maria Castelo.
Por fim, o Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da construção civil caiu 0,2 ponto percentual, para 75,8%. Já o indicador de emprego previsto saltou 13,6 pontos na comparação com abril de 2021.
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