O Ministério Público do Trabalho, através da Procuradoria do Trabalho no município de Blumenau, em Santa Catarina, notificou nesta quinta-feira (13), a empresa Altenburg Têxtil. O motivo, de acordo com uma denúncia, foi uma suposta coação da companhia a fim de que seus colaboradores votassem no atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), e não no ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Conforme publicação do portal “UOL”, o pedido de investigação partiu do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem de Blumenau, que afirma ter recebido inúmeras denúncias de que Rui Altenburg, dono da empresa, teria paralisado a atividade da companhia para fazer “considerações desrespeitosas, inverídicas, salvo melhor juízo caluniosas, sobre o maior oponente de seu candidato, Jair Messias Bolsonaro”.
Segundo o sindicado, o dono da Altenburg Têxtil chegou a dizer que era para seus funcionários tomarem cuidado em quem iriam votar. Isso porque, de acordo com ele, o emprego de seus colaboradores dependeria da vitória de Bolsonaro. Não suficiente, o sindicado ainda disse que essa não teria sido a primeira vez que o empresário havia paralisado as atividades com o intuito de coagir seus funcionários a escolherem Bolsonaro.
Por conta das acusações, a procuradoria enviou um ofício para a empresa recomendando que a mesma “abstenha-se, por si ou por seus prepostos, a obrigar, exigir, impor, induzir ou pressionar trabalhadores para realização de qualquer atividade ou manifestação política em favor ou desfavor a qualquer candidato ou partido político”.
No documento, assinado pela procuradora do trabalho Priscila Maria Ribeiro, ainda consta que os empregados são livres para escolher seus “candidatos a cargos eletivos, independente da posição política de seus gestores”. Além disso, o ofício também ressalta “quanto à impossibilidade e ilegalidade de se realizar campanha pró ou contra determinado candidato, coagindo, intimidando, admoestando ou influenciando o voto de seus empregados com abuso de poder diretivo”.
De acordo com o documento, se os casos voltarem a se repetir, o Ministério Público poderá convocar a empresa para que os responsáveis pela organização prestem esclarecimentos, firmem um termo de ajustamento de conduta ou até mesmo passem a responder por uma ação judicial por “inobservância de norma de ordem pública”.
Leia também: Lula tem 51,9% dos votos válidos e Bolsonaro 48,1%, aponta Paraná Pesquisas